A ministra Rosa Weber, do STF, ao suspender liberação de verbas do orçamento secreto e considerar inconstitucional a trama parlamentar, completamente, obscura, que fere princípios constitucionais, como falta de transparência, incompatível com democracia, colocou a Câmara e o Senado sob ameaça de terem seus dirigentes expostos à execração e passíveis de sofrerem impeachment, diante do conluio que mantinham com o relator da Comissão de Orçamento do Congresso, fazendo jogadas espúrias com o poder executivo de viés fascista.
O escândalo levou os congressistas a mudarem regras das emendas do relator e abrir negociações com o STF que se ergueu, com Weber, em guardião irredutível da moralidade pública frente prática parlamentar inaceitável.
Como pode a casa do povo não revelar transparência em suas ações?
Mega escândalo colocaria o novo governo entrante do presidente eleito Lula incompatível com o Congresso, se quisesse preservar sua integridade constitucional.
A governabilidade entraria em colapso por antecipação.
A maioria parlamentar bolsonarista, franca apoiadora de governo fascista, construiu armadilha para manipular quase R$ 17 bilhões do orçamento, sem dar satisfação à sociedade.
O neoliberalismo nazi virou instrumento de barganha do Executivo com o Legislativo para garantir maiorias parlamentares amplas, nas duas casas do Congresso, ao sabor dos interesses dos dois poderes republicanos, atuando à margem da Constituição.
Ninguém, na República brasileira, havia atuado fora das quatro linhas do processo constitucional.
Não fossem barrados pelo STF, pelo voto de Weber, a suprema corte iria, também, ser arrolada na maracutaia, abastardando toda a Constituição cidadã de 1988.
A vitória eleitoral de Lula representou o estopim que estourou o orçamento secreto fascista.
TIRO NO FASCISMO
Rosa Weber levou os líderes do Congresso a uma revisão de comportamento que se não fosse feita comprometeria a democracia, o estado de direito, impedindo a governabilidade.
Nesse cenário, Lula, eleito por 62 milhões de votos, aproveitou a fragilidade moral dos congressistas, seduzidos pelo fascismo, adeptos de conchavos, para levá-los à aprovação da PEC da Transição, que permite o governo eleito criar espaço fiscal orçamentário para garantir cumprimento de sua promessa básica de campanha eleitoral: atacar, de imediato, a fome dos mais de 33 milhões de desempregados e socialmente excluídos do Orçamento Geral da União(OGU), inteiramente, dominado pelos credores da dívida.
A ira dos especuladores foi aos céus, pois ficou ameaçada a mamata que sustentam de levar metade das verbas financeiras, realizadas, em 2021, de R$ 1,9 trilhão, apenas, para pagar juros e amortização de dívida, sustentando taxas de juros extorsivas quanto mais risco tal despesa financeira se torna aos olhos deles.
Lula, em luta de titãs com o mercado, que reserva para si, no caixa do tesouro nacional, graças à política monetária suicida praticada por BC Independente, algo em torno de R$ 5 trilhões, reservados para sustentar especulação financeira sem correspondência com desenvolvimento econômico sustentável.
Conseguirá, se a PEC da Transição for aprovada, na próxima semana, furar o teto neoliberal de gastos em R$ 145 bilhões – uma merreca, convenhamos – e manter por dois anos essa nova regra, extraída a forceps de um Congresso, completamente, desmoralizado pela prática do orçamento secreto.
Lula começa seu terceiro mandato detonando a marca registrada da corrupção bolsonarista, construída pelo neoliberalismo que se desmoralizou no poder e que por isso perdeu a eleição.
https://www1.folha.uol.com.br/…/projeto-que-muda-regra…
https://www1.folha.uol.com.br/…/rosa-weber-libera…
(*) Por César Fonseca, jornalista, atua no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio e edita o site Independência Sul Americana
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