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Um complô contra Lula na armadilha do GSI 

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Jornalistas respeitados, mas de posições políticas tão diferentes como Luís Nassif e Reinaldo Azevedo, concordaram ao considerar que o General Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, foi vítima de um complô contra Lula – um complô para provocar a queda do general e substituí-lo por alguém de confiança do esquema golpista da abortada insurreição de 8 de janeiro.

 

Pela regulamentação bolsonarista desse gabinete, cuja sigla GSI rima com a do sinistro SNI da ditadura, sua direção (ou comando) só pode caber a um oficial-general do Exército no último posto da carreira. Essa é uma limitação arbitrária aos poderes do Presidente da República, limitação inexistente, por exemplo, no caso do muito mais importante Ministério da Defesa, cujo titular pode ser um civil – e atualmente o é – ou um militar tanto do Exército  quanto da Marinha ou da Aeronáutica. 

 

E é uma limitação da mesma ordem da que existe no caso do Banco Central. Neste caso, o Presidente do Banco, nomeado pelo Presidente da República, tem mandato que excede o mandato de quem o nomeou e só pode ser destituído pelo Senado. Quando isso acontece, a direção do Banco passa ao diretor mais antigo e o Presidente da República permanece refém das escolhas de seu antecessor.

 

Esses casuísmos, que em ridículo ultrapassam os dos vinte anos da ditadura, foram montados precisamente para manietar Lula, cuja volta à Presidência da República começou a ser previsível quando de sua condução coercitiva em 2016 e sobretudo quando de sua prisão em 2018, sempre por ordem do então juiz Sérgio Moro, embriagado pelo sucesso de mídia que o cercava e convencido de que esse sucesso o levaria à Presidência da República.

 

Já então conservadores antilulistas mas lúcidos e realistas admitiam que os excessos de Moro poderiam resultar, com o decurso do tempo, num fenômeno parecido com o caso de Nelson Mandela na África do Sul: quanto mais tempo ele ficava preso mais curta era a sobrevida do apartheid e do governo dos brancos no país.

 

Numa primeira etapa, aquela em que Moro chegou a aparecer com seu rosto superposto ao do Cristo Redentor do Corcovado não numa charge de qualquer jornal sensacionalista, mas na primeira página do Le Monde, de Paris, a Lava Jato elegeu Bolsonaro. Antes disso, porém, o golpe do impeachment da Presidente Dilma Rousseff possibilitou ao governo Temer desfechar o arrastão legislativo que se consolidou no governo Bolsonaro com a “independência” do Banco Central e outras armadilhas, como o teto de gastos e a exigência de que o GSI seja dirigido por um general do Exército, não um civil ou um oficial-general da Marinha ou da Aeronáutica.

 

Isso resultou na tentativa insurrecional golpista de 8 de janeiro, quando subordinados que o General Gonçalves Dias encontrou ao assumir uma semana antes e ainda não pudera substituir armaram a arapuca em que ele caiu – parecendo que traíra Lula.

 

Outras armadilhas devem estar ainda para ser descobertas. A diferença entre a primeira chegada de Lula à Presidência da República, em 2003, e a atual é que em 2003 o Brasil ainda não tinha descoberto o Pré-Sal.

 

A AMEAÇA ÀS ESCOLAS

 

Uma armadilha que já mostrou seu potencial – os ataques a escolas – já resultou em investigações que mostram não se tratar de casos isolados, mas de ações organizadas e controladas.

 

Até o momento – declarou o Ministro da Justiça Flávio Dino – a Operação Escola Segura efetuou 302 prisões ou apreensões (aplicadas a menores de idade). 1738 casos estão em investigação pelas polícias estaduais e órgãos federais. Há 2593 registros de boletins de ocorrência e 1062 pessoas foram conduzidas a delegacias para prestarem depoimentos. Foram realizadas 270 operações de busca e apreensão, incluindo armamentos letais, não letais e outros artefatos que indicam pertencimento a grupos propagadores de violência, notadamente grupos nazistas ou neonazistas. 

 

O MUNDO MUDA

 

O relatório Estado da População Mundial 2023, do Fundo Populacional das Nações Unidas e publicado há dias, estima que a população da India será de 1,428.600 bilhão de habitantes no fim de junho, enquanto a população da China será de 1.425.700 bilhão. 

 

Os Estados Unidos aparecem em terceiro lugar, com 340 milhões de habitantes.

 

(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.

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