O noticiário registrou na quinta-feira que o Presidente da Câmara, Arthur Lira, avançava em seus contatos para uma solução desenhada na medida exata dos problemas e temores de Bolsonaro. A fórmula mágica seria a apresentação e votação imediata de uma emenda constitucional que conceda aos ex-Presidentes da República o mandato de senador sem direito a voto nas deliberações do Senado e também sem o direito de disputar qualquer mandato eletivo, de vereador a Presidente da República, mas em compensação com imunidade contra qualquer acusação criminal.
Essa ideia já era discutida há tempos e ressurgiu agora, passando por cima das advertências do senador Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado, de que neste tal emenda não será aprovada, com um detalhe que torna necessário examiná-la e acompanhá-la com atenção e calma.
O detalhe é um parágrafo da reportagem de Andréia Sadi, da GloboNews, uma jornalista sempre cuidadosa e responsável em seu trabalho:
— Nas primeiras tratativas – diz Andréia – Lira conversou com interlocutores de Lula (PT) sobre a PEC que cria o cargo de senador vitalício. Recebeu sinal verde de petistas, e, assim, senadores ligados a Flávio Bolsonaro consultaram o Palácio da Alvorada. Segundo o blog apurou, Bolsonaro reagiu mal. Na visão de articuladores da proposta, o Presidente teria se sentido humilhado, num primeiro momento, ao saber que a proposta já era de conhecimento de alguns de seus filhos.
Nenhuma novidade na reação de Bolsonaro, apenas uma variante de seu jogo de cena habitual. Mas um fato novo – e talvez grande, dependendo de Lira ter dito ou não a verdade – no detalhe do “sinal verde” que a proposta teria recebido de petistas/interlocutores de Lula.
Lula daria a uma iniciativa como essa um sinal verde que surpreenderia e até chocaria grande parte de seus eleitores e admiradores? Ele está diante das responsabilidades que a história lhe impôs de conduzir a reconciliação do Brasil consigo mesmo, depois de oito anos dos desatinos desencadeados pelos energúmenos da Lava Jato, e tem de examinar sem preconceito e prejulgamento tudo que pode acontecer depois de sua posse, daqui a duas semanas.
Depois do fim de seu mandato, Bolsonaro pode responder na Justiça por incontáveis ações criminosas de que foi acusado desde o início do mandato – e vai responder na Justiça de primeira instância. Teoricamente ele pode até ser preso preventivamente, mas essa prisão pode ser relaxada em instância superior. E ele pode ser condenado, ter a condenação mantida em instância superior e ser preso em definitivo para cumprir a pena ou as penas a que for sentenciado.
A eventual prisão de Bolsonaro resultará no fortalecimento do bolsonarismo e da extrema direita o poderá fazer da ex-Primeira Dama Michelle Bolsonaro, com suas conexões evangélicas, a grande pregadora de uma cruzada religiosa com ambições políticas e eleitorais? A liberdade de Bolsonaro, sentado em sua cadeira sem voto mas com voz no plenário do Senado, pode fazer dele esse pregador e cabo eleitoral mais forte da candidatura de sua mulher?
São perguntas que Lula tem de se fazer e a notícia do suposto sinal verde pode ter sido plantada de propósito, assim como o foram todos os vazamentos de escolhas depois confirma para os ministérios – e antes os primeiros rumores de que Lula conversava com Alkmin sobre o cargo de Vice. Entre as primeiras reações nesse caso, muitas foram hostis, mas hoje tanto Alkmim como os ministros já escolhidos são bem aceitos em todo o PT e de modo geral no eleitorado como um todo.
NÃO É SÓ BOLSONARO, TRUMP TAMBÉM ESTÁ EM BAIXA
Notícia de quarta-feira no The Guardian, de Londres:
— Numa pesquisa sobre potenciais candidatos republicanos à Presidência dos Estados Unidos em 2024, o governador da Flórida, Ron De Santis, derrotou Donald Trump por enormes 23 pontos. David Paleologos, diretor do Centro de Pesquisas Políticas da Universidade de Suffolk, declarou ao jornal USA Today: “Cada vez mais, republicanos e conservadores independentes querem o Trumpismo sem Trump.”
DE OLHO EM BRASÍLIA
Na quinta-feira, um caminhão de mudanças foi visto na entrada de serviço no Palácio da Alvorada. Na sexta, outro apareceu chegando ao Palácio do Planalto. Ambos com o letreiro da empresa MudaBrasilia.
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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