Pela Rússia, pode-se apreciar a dimensão ideológica e civilizacional do combate que se trava na Ucrânia contra o atlantismo
– Parlamento sistematiza o processo
– Ideologia atlantista está em causa
A Rússia continua a por em causa a validade a priori de todo o seu empenhamento no mundo global, questão que era impensável levantar há poucas semanas atrás. O Parlamento fará um balanço das convenções internacionais de que a Rússia é parte e irá analisá-las individualmente para ver se é apropriado mantê-las. Trata-se de uma tomada de controle soberana que está a ter lugar diante dos nossos olhos.
O deputado russo Piotr Tolstoï anunciou no seu canal no Telegram que o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros solicitou à Duma que analisasse a lista das convenções internacionais ratificadas pela Rússia. Houve 1342 nestes últimos dez anos.
Não se trata de analisar formalmente o que foi assinado e ratificado, mas sim de analisar para cada ato a sua atualidade e o interesse que apresenta para o país. Este último ponto é particularmente subjetivo e dependerá da orientação ideológica de cada membro do parlamento, o que promete belos debates. Em qualquer caso, a reflexão está lançada e o carácter a priori benéfico da inclusão da Rússia na ordem mundial, que antes estava fora de questão, já não é finalmente um tabu. Isto põe fim à presunção de que toda a participação, em si mesma, é intrinsecamente boa.
Com esta diligência, a Rússia está a recuperar o controlo da sua soberania, uma vez que está a retomar o controlo do conteúdo da sua ordem jurídica. De fato, como salienta Tolstoï, isto é tanto mais importante quanto muitos destes atos internacionais têm incidências diretas sobre o conteúdo da legislação russa. Assim, os comités relevantes da Duma terão de analisar a legislação nacional correspondente.
Isto faz parte do processo de desglobalização institucional lançado na Rússia desde que este país decidiu reagir e defender os seus interesses contra as repetidas agressões ucranianas.
“Além disso, somos confrontados com a tarefa de avaliar a oportunidade da presença da Rússia em organismos supranacionais e organizações internacionais. Já nos retiramos do Conselho da Europa e em Abril o Presidente da Duma, Vyacheslav Viktorovich Volodin, encarregou as comissões competentes de estudar com peritos a questão da adequação da presença da Rússia na OMC, na OMS e no FMI, uma vez que todas estas organizações já violaram as suas próprias regras em relação ao nosso país”.
Através dos processos que se desenvolvem na Rússia nestas últimas semanas, pode-se apreciar a dimensão ideológica e civilizacional do combate que hoje na Ucrânia se trava contra o atlantismo.
(*) Por Karine Bechet-Golovko jurista francesa.
Artigo publicado, originalmente, no blog Política da Rússia.
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