“Eu não colocarei a população em risco. Não vou bota minha cabeça no travesseiro e ficar, eventualmente, me lamentando que eu seria o responsável por dezenas ou centenas de mortes com a realização de um carnaval quando tem, no dia de hoje, eu olhe de manhã cedo, continuamo sem torno de 2.5oo casos positivos. Os países estão fechando cidades por causa de cinco casos. A China, quando aparece um único caso, fecha cidades. Nós temos 2.500 casos e a pergunta que eu tenho de responder todo dia é se teremos carnaval, se vamos botar 3 milhões de pessoas na rua”, critica o governador da Bahia, Rui Costa (PT), após insistentes cobranças da imprensa liberal para saber se haverá ou não o carnaval de 2022.
E continua: “Que sociedade é essa cujo anseio é saber se vai ter um carnaval com 3 milhões de pessoas, quando o grande anseio, na minha opinião, nós estamos aqui de máscara, é todos os seres humanos estar perguntando quando é que a humanidade conseguirá derrotar esse vírus e nós não temos essa resposta?” indagou. Rui Costa disse isso após participar de uma agenda no Polo Industrial de Camaçari, situado na Região Metropolitana de Salvador, na semana passada.
A fala do governador da Bahia sobre o a liberação do carnaval tem se repetido à medida que a imprensa liberal tensiona, numa pressão comercial alucindada para que ele quebre os protocolos científicos, como vem fazendo outros governadores, como é o caso de Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, que, aliado a Jair Bolsonaro (ex-PSL), já liberou geral, até a máscara ele declarou como não obrigatoria em qualquer ambiente.
“Todo meu apoio a Rui Costa. O nome disso é bom senso. Justamente o contrário do que ocorre na capital do País. O que estamos assistindo aqui, no Distrito Federal, são decisões irresponsáveis do governador Ibaneis, liberando geral para qualquer tipo de aglomeração, em qualquer lugar, e o não uso de máscaras também em qualquer ambiente, aberto ou fechado. Ou seja, o governador de Brasília resolveu declarar o fim da covid-19 na cidade. Quero ver em 2022, depois das festanças, quando tiver milhares morrendo de covid. Aí vamos ver o que é que ele vai falar. Tudo isso para satisfazer a fome de lucro do empresariado que quer vender no Natal e no carnaval, custe o que custar, nem que seja vida das pessoas”, critica e desabafa um servidor público baiano que pediu para não ser identificado.
Na entrevista, ele também diz que “a gente precisa ter mais amor pelo próximo, atitudes mais solidárias. Há pessoas que, no anseio de realizar ou seu sonho festivo ou seu sonho empresarial, estão esquecendo o drama que a gente viveu por um ano e meio. Eu não colocarei a população em risco”, pontou.
Costa observou também que há relatos de que, mesmo em festas de menor porte, já liberadas, na Bahia, as recomendações de segurança sanitári não são seguidas à risca, tais como o uso obrigatório de máscara e a comprovação de vacinação contra a covid-19: “O dinheiro não pode estar acima da vida e da saúde das pessoas”.