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Recorde: a cada 100 famílias, 78 se endividaram em 2022

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CNC: ‘O que vai resolver é uma taxa de juros mais baixa’

 

No ano passado, 77,9% das famílias no Brasil contraíram dívidas. Trata-se de recorde da série anual da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010. O crescimento foi de 7 pontos percentuais na proporção de endividados em relação a 2021, o quarto consecutivo e o maior já observado na pesquisa, que mostra aceleração no pós-pandemia.

 

A Peic, realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), abrange dívidas nas principais modalidades – cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro, financiamento de casa e outros tipos.

 

A proporção de endividados alcançou 78,9% das famílias do grupo com até dez salários mínimos de renda mensal e 74,3% entre as com mais de dez salários de rendimento. Os avanços no volume de devedores no pós-pandemia e na última década foram mais expressivos entre os consumidores de maior renda. Pela primeira vez na história da Peic, a proporção de endividados entre os mais ricos alcançou mais de 70%.

 

A cada R$ 1 mil de rendimento, R$ 302 foram destinados ao pagamento das dívidas. Sete meses é o prazo médio em que o brasileiro está comprometido com dívidas, tempo que vem caindo no pós-pandemia. Do total de endividados, 21,5% precisaram de mais da metade de seus rendimentos para pagar dívidas. Pela ótica da Peic, esse é um dos elementos que sinalizam a condição de superendividamento.

 

A pesquisa mostra que o perfil da pessoa endividada no Brasil é de uma mulher, com menos de 35 anos e ensino médio incompleto, moradora das regiões Sul ou Sudeste, cuja família recebe até dez salários mínimos.

 

 

Gráfico endividados x juros (elaboração CNC)

O diretor de Economia e Inovação da CNC, Guilherme Mercês, afirmou que é importante que sejam adotadas medidas que possibilitem uma redução nos juros e na inflação, com uma nova âncora fiscal para a gestão das contas públicas. Ele considera que programas de renegociação de endividamento como os que estão sendo anunciados pelo governo federal são fundamentais e “estancam as angústias das pessoas e famílias”. “Mas, em termos estruturais, o que vai resolver esse problema é uma taxa de juros mais baixa”, ressaltou.

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