Com transmissão pela TVPT, foram lançados nesta quinta-feira (12/8) em São Paulo o livro e a plataforma Memorial da Verdade, que contam a trajetória da maior farsa e perseguição judiciária da história do Brasil, que deu origem à prisão por 580 dias e a cassação dos direitos políticos do ex-presidente Lula, criando oportunidade à eleição de Jair Bolsonaro. O evento teve a participação de líderes políticos, movimentos sociais, juristas e artistas.
“A tentativa de destruir o PT, a tentativa de destruir a esquerda brasileira, não deu certo. Nós conseguimos sobreviver e saímos desse processo muito mais fortes”, disse Lula. A apresentação ao público foi feita pela presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, que citou entre as estratégias para a condenação que ele foi 16 vezes julgado e inocentado, sendo que ao final o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que o ex-juiz Sérgio Moro nunca teve competência para processá-lo e agiu de forma parcial, com motivações políticas.
Gleisi Hoffmann ainda citou a participação da mídia no processo que levou à condenação sem crimes: “Entre janeiro e agosto de 2016, o Jornal Nacional deu mais de 13 horas de matérias acusatórias a Lula, sem nenhum minuto a favor. Entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016, a Folha, Globo e Estadão fizeram 693 textos editoriais contra o presidente Lula e entre 2014 e 2017 a Veja, IstoÉ e Época publicaram 53 capas contra Lula”. As matérias faziam parte do processo de sustentação à Operação Lava Jato, que se caracterizou pelo uso do que se chama de lawfare, ou seja, a manipulação das leis para combate a um oponente, em desrespeito a procedimentos legais.
O advogado de defesa do ex-presidente, Cristiano Zanin, também falou durante a apresentação do conteúdo das duas mídias lançadas hoje. Ele citou que todas a vezes que foi requerido, Lula compareceu à Justiça, somando 154 audiências e 380 testemunhas ouvidas em Curitiba e em Brasília. Foram quatro processos sem nenhuma materialidade de crime, que faziam parte de estratégias de um golpe político, jurídico, parlamentar e midiático que iniciou sua atuação durante o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Inocentado em todos os processos abertos contra ele e com direitos políticos restituídos, Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Memorial da Verdade será traduzido em diversos idiomas no mundo, ressaltou sua importância como forma de esclarecimento público, mas observou que mais do que isso deve servir como instrumento de conscientização política para a defesa da democracia. Confira o vídeo.