Em entrevista a um grupo de acadêmicos do sétimo período do curso de jornalismo da Universidade Federal do Tocantins (UFT), o professor Anderson Fonseca falou, entre outros assuntos, sobre a importância da preservação das nascentes como elementos básicos para a sobrevivência dos seres vivos. Destacou os recursos hídricos como águas que garantem a vida e sobre projetos desenvolvidos em Palmas e no Estado de Tocantins que visam a proteger o meio ambiente.
Perguntado sobre a preservação das nascentes, ele disse “é muito importante preservar as nascentes de nossos rios, riachos, pois, além de manter a água viva que nos abastece e abastece a fauna em volta e os animais, os pássaros também precisam daquele espaço, por isso, devemos entender que as nascentes dos rios, não são só para os humanos, mas para todos seres vivos”.
Em relação à realidade dos recursos hídricos, Anderson destacou a importância de Políticas Públicas voltadas especificamente para a proteção desses recursos e que esse tema poderia ser uma pauta de interesse público. “Precisa fazer políticas públicas para recuperação das nascentes, pois assim, possa se obter maior volume de qualidade e quantidade de águas limpas que garantam a sobrevivência em todos os espaços ambientais”, disse Anderson.
Sobre o desenvolvimento de projetos, segundo ele “alguns projetos estão sendo desenvolvidos e são de grande relevância para a defesa ambiental, por exemplo, o Projeto Nascente Viva, feito com a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, em 2014/2015, o qual visa a recuperar algumas nascentes em Palmas e no Estado de Tocantins, ele representa uma ideia que pode fazer, realmente, a diferença para todos os seres vivos nos mais distintos meios ambientais”.
Anderson informou que “existem projetos em defesa das nascentes, da proteção dos recursos hídricos e da vida nas florestas, só que são poucos em relação ao tamanho do desmatamento em que cada vez mais as nossas nascentes de águas estão diminuindo e acabando; e cada vez menos, estão sendo preservadas”, complementou o professor. Em Palmas a maior quantidade de água que abastece a cidade vem do rio Taquaruçu Grande. Informações do “Florestas Sagradas” denunciam os avanços do desmatamento e os agrotóxicos nas nascentes do rio que abastece a capital. Uma realidade que há anos vem prejudicando a vida na floresta e agora comprometendo a distribuição de água às famílias palmenses.
Para Anderson “a qualidade da água em Palmas é boa, porém, com tendência de ficar escassa porque o Rio Taquaruçu que abastece está secando, essa é a triste realidade e parece que as pessoas não estão se dando conta do que está para acontecer”.
Há várias Organizações Não Governamenais (ONG), comunidades, famílias e algumas autoridades que desenvolvem projetos em defesa da natureza, embora os trabalhos sejam invisíveis aos olhos de outras autoridades que deveriam ajudar e até mesmo aos olhos da própria sociedade, mas são essas as mais fortes e necessárias quando se trata de às ações em defesa da natureza.
Sobre outras experiências voltadas às causas ambientais, o professor Anderson disse “conheci recentemente, pessoas que fazem projetos de recuperação de áreas com sua própria mão, chamados Guardiões da Floresta, Guardiões do Espaço Geográfico que são povos tradicionais, trabalhadores da agricultura familiar, agricultores, pessoas que vivem lá no local, que trabalham projetos voltados para recuperar nascentes e por isso é muito importante, diferentemente de quem tem apenas interesses para a exploração dos nossos recursos naturais”, esclareceu.
Para encerrar a entrevista, Anderson foi enfático quando o assunto é água potável. Para ele “a água potável vai além da saúde do ser humano, ela representa dentro da criação divina, o sagrado feminino, ela representa a mulher, ela é inspiração da natureza, ela é a criação. A água é a maior fonte sagrada que a natureza oferece”, disse Anderson.
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