A Polícia Federal indiciou Ruben Dario da Silva Villar como um dos mandantes do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, mortos a tiros em 5 de junho de 2022, em Atalaia do Norte (AM). A informação, que tramita em segredo de Justiça, foi confirmada pelo advogado de Villar, Eduardo de Souza Rodrigues, nesta segunda-feira (5), dia em que o duplo homicídio completa um ano.
“Ele [Villar] foi indiciado como possível mandante, mas ainda não fomos intimados [a nos manifestar sobre as acusações de homicídio]”, disse o advogado à Agência Brasil, por telefone. “Até porque, o fato de ele ser indiciado não significa que ele já tenha se tornado réu. E, como o inquérito [sobre os assassinatos] é sigiloso, não temos acesso a ele até que ele seja formalmente notificado e eu me habilite nos autos”, acrescentou o defensor.
O indiciamento é um ato formal com o qual a autoridade policial responsável pelo inquérito aponta ao Ministério Público (MP) e ao Poder Judiciário que já possui provas da autoria de um crime ou infração. Formalmente, enquanto não é indiciada, uma pessoa investigada é apenas suspeita. O indiciamento, contudo, pode ser arquivado a pedido do MP, caso este entenda não haver provas suficientes para apontar a culpa do indiciado. Já se o MP encaminha a denúncia ao Poder Judiciário e esta é aceita, o denunciado se torna réu, tendo de responder ao processo judicial.
Junto com Villar, a PF indiciou Jânio Freitas de Souza, suspeito de integrar uma suposta organização criminosa dedicada à pesca ilegal na região oeste do Amazonas, próximo à Terra Indígena Vale do Javari, no entorno da qual Bruno e Phillips foram mortos. Villar, que na região é conhecido pelo apelido de Colômbia, é suspeito de comandar essa organização e de ter relações com o narcotráfico. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Souza.
Ainda segundo o advogado, a PF anunciou o indiciamento de Villar em janeiro deste ano, quando a corporação revelou que os investigadores do caso estavam convictos de que Villar foi o mandante dos crimes. De fato, na época, o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Fontes, participou de uma coletiva de imprensa durante a qual deu declarações neste sentido. “Temos provas de que ele [Colômbia] fornecia munições para o Jefferson e o Amarildo, as mesmas encontradas no caso”, disse o superintendente, afirmando que Villar pagou as despesas iniciais com a defesa de Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, primeiro suspeito a ser preso, em 7 de junho de 2022.
Embora Rodrigues assegure que o indiciamento é uma “informação antiga”, o MPF informou à reportagem, por meio de sua assessoria, que até esta segunda-feira não tinha recebido nenhum documento sobre o “eventual indiciamento de supostos mandantes” dos homicídios de Bruno e Dom. A PF informou que não se manifesta sobre investigações em andamento.
Villar, ou Colômbia, já é réu em outros dois processos. Um deles, inclusive, já resultou em uma condenação em primeira instância, da qual ele está recorrendo. Trata-se do inquérito a que ele responde por falsidade ideológica. Em julho de 2022, ao prestar depoimento à Polícia Federal na condição de suspeito de envolvimento nos assassinatos e ocultação dos cadáveres de Bruno e Dom, Colômbia apresentou um documento de identidade que a PF afirma ser falso e no qual ele é identificado como Rubens Villar Coelho – há, na Justiça Federal, processos em que Villar consta ora com um nome, ora com outro.
Por conta disso, Villar passou quase três meses detido. Até que, em 22 de outubro, a Justiça Federal no Amazonas o autorizou a deixar a prisão, mediante o pagamento de uma fiança de R$ 15 mil; o uso de tornozeleira eletrônica; a entrega de seus passaportes e o compromisso de não deixar Manaus. Em dezembro, contudo, Villar voltou a ser preso por descumprir as condicionantes impostas pela Justiça e, desde então, permanece preso.
Outros três suspeitos de participação nos assassinatos de Bruno e Dom e na ocultação dos cadáveres estão presos: Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado; Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Amarildo e Jefferson já tinham confessado os assassinatos. Em maio deste ano, eles modificaram alguns pontos de seus relatos, acusando Bruno de tê-los ameaçado e disparado contra eles, que teriam reagido, em legítima defesa. Os dois também inocentaram Oseney, que é irmão de Amarildo.
SEJA UM AMIGO DO JORNAL BRASIL POPULAR
O Jornal Brasil Popular apresenta fatos e acontecimentos da conjuntura brasileira a partir de uma visão baseada nos princípios éticos humanitários, defende as conquistas populares, a democracia, a justiça social, a soberania, o Estado nacional desenvolvido, proprietário de suas riquezas e distribuição de renda a sua população. Busca divulgar a notícia verdadeira, que fortalece a consciência nacional em torno de um projeto de nação independente e soberana. Você pode nos ajudar aqui:
• Banco do Brasil
Agência: 2901-7
Conta corrente: 41129-9
• BRB
Agência: 105
Conta corrente: 105-031566-6 e pelo
• PIX: 23.147.573.0001-48
Associação do Jornal Brasil Popular – CNPJ 23147573.0001-48
E pode seguir, curtir e compartilhar nossas redes aqui:
📷 https://www.instagram.com/jornalbrasilpopular/
🎞️ https://youtube.com/channel/UCc1mRmPhp-4zKKHEZlgrzMg
📱 https://www.facebook.com/jbrasilpopular/
💻 https://www.brasilpopular.com/
📰🇧🇷BRASIL POPULAR, um jornal que abraça grandes causas! Do tamanho do Brasil e do nosso povo!
🔊 💻📱Ajude a propagar as notícias certas => JORNAL BRASIL POPULAR 📰🇧🇷
Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.
Deixe um comentário