No contexto atual , a elevação dos valores do barril de petróleo significa um sinal de saída progressiva da recessão econômica provocada pela pandemia do covid-19, principalmente nos países desenvolvidos.
Deste modo é o que aponta o novo patamar atingindo seu maior valor no mercado mundial nos últimos 24 meses , já que o mercado Brent (Reino Unido) cotou seu barril em $ 77,16 dólares; e o petróleo West Texas Intermediate (EUA) posicionou em US $ 76,98 o barril, seu nível máximo desde novembro de 2014.
São elevações médias diárias de 1,3 e 1,6 pontos percentuais, mas mostra uma tendência que ao longo de um ano se aproxima de um aumento de um a 50 por cento. As preocupações vem de uma abordagem de analistas que alertam que esta inércia pode colocar na estabilidade da recuperação econômica global em meio a crescentes pressões inflacionárias.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP +) reuniu-se na semana passada com o objetivo de preservar o equilíbrio e o controle do mercado de petróleo, no âmbito da guerra de preços de 2020, derivada da recessão econômica global causada pela pandemia. Da Covid -19. O encontro desta segunda dia 5 foi cancelada, e ainda não foi remarcada , gerando mais incerteza no mercado.
A expectativa para coalizão de 23 países é de adicionar oferta ao fornecimento de petróleo bruto concordando em aumentar em cerca de 2 milhões de barris por dia ao mercado base de maio a julho. Justamente a possibilidade de prorrogação dessa cota nos próximos meses foi um dos centros de debate no Fórum que levaria crescimento de valores diante de uma nova demanda. Já que a Opep revelou em um relatório que os estoques de petróleo, que experimentaram superávits em 2020, voltaram aos níveis médios à medida que a recuperação no consumo de combustível continua com a demanda 5 milhões para segundo semestre frente o primeiro.
As discordâncias entre Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita para aumentar a produção de petróleo é a mais um capítulo de uma rivalidade emergente entre os dois aliados tradicionais estadunidenses no Golfo, em meio ao objetivo de diversificar suas economias e administrar uma transição de longo prazo longe de a indústria do petróleo.
Os sauditas apoiam um plano para os produtores da OPEP aumentarem a produção de petróleo em estágios em um total de dois milhões de barris por dia (bpd) de agosto a dezembro de 2021 e manter o “novo” patamar o final de 2022, em vez de finalizar acordo como planejado em abril próximo. Os Emirados esperam que, ao aumentar a oferta agora, como resultado da recuperação econômica global, possam elevar a receita necessária para apoiar seus planos acelerados de diversificação econômica.
Entrementes a Arábia Saudita está cautelosa por um aumento demasiado que poderia pressionar os preços para baixo, sufocando o investimento e levando a problemas de abastecimento mais tarde. A questão é não alterar o crescimento contínuo sua receita petroleira que mantém seu reino.
Entretanto as decisões unânimes são necessárias na OPEP, sendo que os dois aliados dos EUA na prática disputam os investimentos ocidentais e o título de centro capitalista na região.
A preocupação agora é a estabilidade do preço mundial esteja nas mãos dos “sauditas e os emiradenses”, que estão competindo um contra o outro com visões redundantes para as mesmas indústrias e projetos de desenvolvimento. O que se apresenta não é tanto de lidar com uma extensão de produção de um ano no cartel do petróleo, mas que modo a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos conseguem trabalhar juntos atuando no mesmo bloco econômico e geopolítico.
Economicamente nos reportando a ação destes atores na privatizações e leilões no Brasil é que de certos os investidores dos Emirados Árabes que compraram em fevereiro a refinaria de Mataripe quando o petróleo estava em Us$ 31,28 o barril e o leilão de 4 de dezembros de 18 áreas à Us$30,85 barril já alcançaram um elevado lucro. Conclusivamente o petróleo é a união de três premissas, o maior em valor agregado de venda, volume de produção e lucro total em atividade produtiva. As disputas atuais sem aumento de volume com recrudescimento da pandemia só majora os ganhos.
(*) Túlio Ribeiro, doutor em economia pela Universidade Bolivariana da Venezuela e colaborador do Jornal Brasil Popular