A pandemia da Covid-19 mostrou que o mundo está suscetível, a qualquer momento, a novas emergências internacionais de saúde pública. Por isso, a importância de estarmos preparados com a consolidação do nosso sistema de vigilância, com fortalecimento da capacidade de testagem e das instituições de pesquisa. Essas ações são fundamentais e prioritárias para que não passemos por uma nova tragédia humana.
O Brasil precisa do SUS para enfrentar a emergência global da varíola dos macacos e o sistema de saúde precisa do esforço do Ministério da Saúde em fazer campanhas de orientação ao conjunto da população sobre qual a forma de transmissão da doença e quais são os riscos, com campanhas específicas para aquelas que chamamos de população chave que acabam tendo maior risco de identificação, sem que haja preconceito em relação às situações de risco. Embora seja uma doença menos letal do que a Covid-19, por exemplo, ela possui riscos em relação às pessoas que são imunossuprimidas.
Precisamos voltar a ser uma referência mundial em saúde pública para emergências internacionais de saúde, retomar as metas de coberturas vacinais, com um Ministério da Saúde que faça campanhas a favor de vacinação, que mostre quem toma vacina, que oriente os trabalhadores, profissionais de saúde, que mobilize as equipes de Saúde da Família, os agentes comunitários de saúde, as escolas, a sociedade, instituições, para que a gente volte a alcançar as metas de cobertura vacinal.
Desde 2019, não conseguimos atingir as metas de vacinação que sempre atingimos. Isso é extremamente vergonhoso. O Brasil foi referência mundial no combate à pandemia de H1N1, do HIV/Aids, nas emergências de saúde pública internacionais, como na gripe aviária, Síndrome Respiratória Aguda Grave, Ebola.
Uma boa saúde começa com prevenção. Digo e repito: nosso país dispõe de todas as condições para evitar altas taxas de transmissão e mortes por doenças que já possuem vacinas. Precisamos de incentivo do governo e de boas orientações do Ministério da Saúde para isso. Uma das ferramentas mais importantes é exatamente a vacina e as campanhas de vacinação.
(*) Por Alexandre Padilha é médico, professor universitário e deputado federal (PT-SP). Foi Ministro da Coordenação Política no governo Lula, da Saúde no governo Dilma e Secretário da Saúde na gestão Fernando Haddad na cidade de SP.
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