Quando, relendo recentemente “Aprendendo com a própria história – v.I”, de Paulo Freire e Sérgio Guimarães, bati os olhos, na página 86, no nome de Thiago de Mello, citado pelo grande educador, entrei no túnel do tempo e fui parar no ano da graça de 1996.
Num mês qualquer daquele ano, pela Nacional FM de Brasília escuto a notícia de que o poeta amazonense Thiago de Mello iria no dia seguinte lançar o seu mais recente livro na cidade.
Não iria perder a oportunidade, certamente única, de conhecer de perto o tradutor, além de amigo, de Pablo Neruda.
O evento seria na Livraria Presença, no Conic, centro comercial popular artístico e cultural da capital federal.
Tinha lá, na época, de tudo: desde o Teatro Dulcina e o Café Belas Artes, reduto de gentes envolvidas com arte e cultura, jornalistas e escritores, até o Cine Ritz, com exclusividade em projeções de filmes pornôs e sessões de striptease.
No Belas Artes, cujo dono, Ivan, era o mesmo da livraria, travei amizade com Wanderley Pinho Lopes, diretor responsável do jornal Ordem do Universo e da revista Transe, nos anos 70s e 80s respectivamente, publicações centradas na cultura oriental, macrobiótica, esoterismo, misticismo, Shivas, Yoganandas e por aí vai…
Ali também conheci e bati um sem-número de papos com o cantor e compositor Manduka, filho de Thiago de Mello.
Por várias vezes fomos, além dele, o jornalista e escritor Jaime Sautchuk e sua companheira, minha grande amiga Adnair França, e o locutor que vos fala curtir fins de semana na Linda Serra dos Topázios – Santuário de Vida Silvestre – RPPN-Reserva Particular do Patrimônio Natural, ambiente paradisíaco de propriedade do casal acima mencionado, a poucos quilômetros de Cristalina, GO.
Naquela quadra me tornei colaborador do jornal Fogo Cerrado, também dirigido por Wanderley. O pagamento dos meus trabalhos [digitação e revisão] eu o recebia não em dinheiro; era em forma de líquidos e sólidos, leia-se, cervejas, cachaças, vinhos, chopes, almoços e jantares; os donos dos bares e restaurantes dançavam já que o baiano de Inhambupe não era lá muito adepto de pagar contas pelo menos nesses ambientes.
Foi na Presença que há alguns anos eu tinha adquirido o livro “Sôngoro Cosongo e outros poemas”, do genial cubano Nicolás Guillén, tradução do autor de “Faz escuro mas eu canto”.
Zarpei praquele centro de perdidos na noite com o livro de Guillén a tiracolo.
Apanhei-te tradutor!
Quando coloquei o livro na mesa pra ele autografar, o homem dizabutinou:
— Quanto quer pelo exemplar? Não tenho sequer um em casa. Bota preço!
Preferi autógrafo a dinheiro como verão em uma das fotos que ilustram este texto.
Regressei pra casa com um Sôngoro… mais deliciosamente desfrutável, coño!!!
Biblioteca Campesina, 16 maio 2023
Quem me levará sou eu
Dominguinhos e Manduka
https://www.youtube.com/watch?v=RiM3_x8YgSI
(*) Por Joaquim Lisboa Neto, coordenador na Biblioteca Campesina, em Santa Maria da Vitória, Bahia; ativista político de esquerda, militante em prol da soberania nacional.
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