Vivemos um período de intensa instabilidade nas nossas instituições democráticas, que são constantemente atacadas pela extrema direita. Seja no congresso nacional ou à frente de presidência. seja questionando as regras do jogo eleitoral ou retirando direitos dos mais pobres, mulheres, negros e negras, indigenas e grupos marginalizados. Por isso, precisamos abrir espaço para nós, mulheres negras, ocuparmos os espaços de poder e representação, para ofertar para a população uma outra forma de fazer política. Uma política centrada no cuidado, uma política com foco nos mais pobres e visando à redução das profundas desigualdades sociais brasileiras.
Recentemente, após uma consulta feita através do mandato da Benedita Silva (PT), o Tribunal Superior Eleitoral, definiu uma distribuição proporcional do Fundo Especial para Financiamento de Campanha de modo proporcional para candidaturas negras e brancas. Essa decisão foi tomada em consonância com decisões anteriores, sobretudo aquela que fixou obrigatoriedade na destinação de 30% do fundo eleitoral para mulheres. As desigualdades enfrentadas por mulheres negras em todos os espaços da sociedade, ganham novas configurações na estrutura política. A política é um espaço hostil e a violência política é constante na trajetória de diversas mulheres negras que ocupam espaços decisórios.
Na última eleição, mulheres negras tiveram sucesso e venceram eleições em diversas cidades brasileiras, mostrando a importância do incentivo a essas candidaturas.
Por isso, precisamos de mais mulheres negras na política, para transformar a política e no a sociedade brasileira, para combater a desigualdade sociais, raciais e de gênero, na defesa da politica de cotas, para fazer emergir uma nova sociedade centrada no bem viver. Nossa construção política começou quando à primeira mulher negra pisou neste país e precisou lutar contra a escravidão, nossa construção se estabelece no Brasil enquanto uma luta constante por mais direitos e liberdades. Por isso, reafirmamos nosso compromisso com a luta das mulheres negras e por uma sociedade justa e igualitária para toda a população.
(*) Benedita da Silva, deputada federal (PT-RJ).
(**) Por Dara Sant’Anna – Coordenadora Nacional do Enegrecer – Coletivo Nacional de Juventude Negra.
Este artigo foi publicado, originalmente, na seção de opinião, na coluna da deputada federal Benedita da Silva no site do jornal Brasil 247 e é de responsabilidade da colunista.
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