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Mundo chega a 8 bilhões de habitantes com avanços, mas desigualdades são evidentes

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Fecundidade e mortalidade caíram e longevidade cresceu; países vivem transição demográfica de maneira distinta

 

Em pouco mais de uma semana, chegaremos a 8 bilhões. Estimativas da ONU atualizadas em julho projetam que no próximo dia 15, uma terça-feira, o mundo alcançará seu novo bilhão de habitantes. A marca vem acompanhada de avanços significativos, mas também do aprofundamento de desigualdades que transparece nos números.

 

 

É o que o demógrafo brasileiro José Eustáquio Alves chama de fosso demográfico: “Há uma grande parte do mundo onde a população está diminuindo, envelhecendo e com taxa de fecundidade baixa; outra segue crescendo muito, com alta fecundidade e ‘bolhas de jovens’.”

 

Pessoas aguardam em plataforma para pegar o trem em Mumbai, na Índia, em breve o país mais populoso do mundo - Indranil Mukherjee - 8.set.22/AFP
Pessoas aguardam em plataforma para pegar o trem em Mumbai, na Índia, em breve o país mais populoso do mundo – Indranil Mukherjee – 8.set.22/AFP

 

 

A desigualdade entre continentes e mesmo dentro deles faz com que cada país vivencie a superpopulação global de forma distinta. Para alguns, as cifras prenunciam diminuição da mão de obra economicamente ativa, para outros o desafio é lidar com o “boom” habitacional sem dispor de infraestrutura.

 

 

Ao longo das últimas cinco décadas, indicadores importantes melhoraram ao redor do planeta. A expectativa média de vida global cresceu —de 57,6 para 73,4 anos—, e a mortalidade infantil caiu —de 93,4 a cada mil nascidos vivos para 26,7. Mas a média diz pouco sobre a realidade de cada parte do globo.

 

 

Os exemplos se avolumam. Quatro dos cinco países nórdicos —Islândia, Finlândia, Noruega e Suécia— estão entre as dez nações com menor mortalidade infantil, todos abaixo de 2 mortos a cada mil nascidos vivos. Já na Nigéria, morrem 70 a cada mil crianças nascidas vivas, de acordo com números da ONU.

 

 

O país da Costa Oeste da África tem recebido cada vez mais atenção dos especialistas. Hoje o sexto mais populoso do mundo —desbancou o Brasil neste ano—, a Nigéria, mostram as projeções atuais, pode superar EUA, Paquistão e Indonésia e se tornar a terceira nação mais populosa do mundo em 50 anos.

 

 

Uma das mais afetadas pela crise climática no continente, convive com o desafio de acomodar tamanha população diante de eventos que diminuem cada vez mais o tamanho de áreas habitáveis. E, não bastasse a mortalidade infantil, nigerianos têm a segunda menor expectativa de vida do planeta: apenas 53,9 anos.

 

 

O volume populacional, em boa parte, deve-se à taxa de fecundidade. Com cinco nascimentos por mulher, a Nigéria tem uma das taxas mais altas do mundo. Na média global, o índice atual é de 2,3 nascimentos por mulher, cifra que corresponde a pouco mais da metade do observado há cinco décadas, 4,4.

 

 

Na China, o desafio é o oposto. Por décadas o país mais populoso do mundo, a potência asiática entrou em decréscimo populacional neste ano, indica a ONU, e tenta agora reverter o cenário. Com taxa de fecundidade de 1,1 (menos da metade da mundial), o país, que por muito tempo incentivou o controle populacional por meio da chamada política do filho único, quer hoje famílias mais amplas.

 

 

Bela Hovy, chefe de publicações da divisão de população das Nações Unidas, credita à queda global da taxa de fecundidade um dos principais avanços das últimas décadas. Mas lembra como a questão ainda é um desafio para partes significativas do globo. “Países da África Subsaariana devem contribuir com mais da metade do crescimento populacional até 2050 [quando, diz a ONU, chegaremos a 9,6 bilhões]. Há um grande desafio para países menos desenvolvidos atingirem um desenvolvimento sustentável.”

 

 

Mas o principal desafio ecoado pela marca de 8 bilhões talvez seja, para Hovy, a solidariedade global. “Se garantirmos ajuda para que esses países atinjam metas como acesso a saúde materna e mais educação a mulheres [49,7% da população global], será possível pensar em diminuir o crescimento populacional.”

 

 

Helena Cruz Castanheira, demógrafa da divisão de população da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), chama a atenção para o período de transição demográfica que quase todo o mundo vivencia —a fecundidade cai, assim como a mortalidade, e, por óbvio, a expectativa de vida aumenta, fazendo com que haja uma boa parcela de população com idade economicamente ativa.

 

 

Mas aí também mora a desigualdade. “A transição demográfica é uma janela de oportunidade para desenvolvimento socioeconômico, mas isso não é automático. É preciso que ocorram transformações sociais significativas: acesso a educação e distribuição de riqueza. Se todas as mulheres estão fora da força de trabalho, ou se não há alta produtividade, a janela de oportunidade apenas se fecha.”

 

 

Há 11 anos, quando, para as estimativas da época, o mundo completou 7 bilhões, muitos dos desafios colocados à mesa eram os mesmos de hoje. Mas se destacava a dúvida sobre a capacidade de o planeta produzir recursos para sustentar, com qualidade, tanta gente.

 

 

Questionado sobre se já temos uma resposta, Hovy resume: “Temos tecnologia e recursos renováveis para um futuro sustentável. A maior questão é a vontade política. O padrão atual não é sustentável. Se não mudarmos nosso modo de agir, teremos desafios ainda maiores para suportar até 10 bilhões de pessoas.”

 

Foto da capa: Mundo atinge 8 bilhões de habitantes em 2022. Marca deve ser atingida em novembro, segundo estimativa feita pelas Nações Unidas




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