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Mitsubishi Motors demite 80 metalúrgicos em Catalão (GO)

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Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão foi surpreendido com possibilidade de desligamentos durante reuniões com a direção da montadora. Estavam previstas 150 demissões, mas entidade conseguiu impedir o restante

 

A direção da Mitsubishi Motors de Catalão, em Goiás, promoveu no final de novembro a demissão em massa de cerca de 80 trabalhadores e trabalhadoras, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT). A justificativa da montadora foi a queda nas vendas de veículos.

 

 

De acordo com a direção do sindicato, as demissões foram anunciadas durante reuniões sobre a campanha salarial 2022-2023. A categoria apresentou proposta de 13% de reajuste salarial, valor rejeitado pela montadora, que propôs apenas reposição da inflação, que alcançou 6,46% na data-base.

 

 

Além de rejeitar a proposta do sindicato, a empresa anunciou a possibilidade de demissão de, inicialmente, 300 trabalhadores.

 

 

A justificativa da Mitsubishi é a dificuldade para a comercialização dos veículos, já que a previsão de vendas para este ano era de 27 mil veículos e, até o fechamento de outubro, foram vendidos apenas 19 mil. No acumulado de 2022, o déficit é de 3 mil carros e o número deve chegar em torno de 4,5 mil veículos até o final do ano, bem abaixo do objetivo da empresa.

 

 

Para evitar as demissões, o sindicato chegou a sugerir que não houvesse reajuste salarial, mas a montadora não acatou a proposta. No entanto, após longas discussões, a entidade sindical conseguiu abaixar para 150 o número total de desligamentos, como informa o presidente do sindicato, Carlos Albino.

 

 

“Somos contra demissões em massa. Em um ano tão difícil como este, é chegada a hora da empresa fazer um esforço maior e aguardar a mudança de governo e as novas perspectivas, garantindo o emprego destes pais de família. Que Natal essas pessoas terão? Todo o esforço neste momento é necessário para a garantia do emprego”, ressaltou Bia de Lima, presidenta da CUT-GO e deputada estadual eleita.

 

 

A demissão de 80 trabalhadores ocorreu no dia 25 de novembro, e o restante ocorreria ao longo da última semana do mesmo mês. No intuito de reverter o quadro, o SIMECAT esteve reunido novamente com a direção da Mitsubishi, no dia 28, e conseguiu negociar para que a empresa não seguisse com as demissões.

 

 

“Infelizmente não conseguimos reverter as demissões já feitas, mas evitamos novos desligamentos e também fechamos um bom acordo salarial. Além disso, conseguimos manter todos os benefícios para os trabalhadores que foram demitidos. Foi o primeiro aumento real depois de vários anos de negociação, abrimos a porteira”, disse o dirigente.

 

 

Com muita luta, o sindicato conseguiu finalizar a negociação da campanha salarial para o próximo ano. Ficou definido 7% de reajuste salarial, aprovado pelos/as trabalhadores/as em assembleia, abono de R$ 1,5 mil, aumento de 13% no vale-alimentação (de R$ 570.00 para R$ 644.00), e valor-alimentação dobrado no Natal (R$ 1.288.00).

 

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