Proposta mexicana é retomar controle do mercado de energia
A proposta de reforma do setor elétrico mexicano, que o governo enviou ao Congresso na última quinta-feira, busca redução nas tarifas e não inclui mecanismos de desapropriação ou confisco do setor privado, afirmou o presidente Andrés Manuel López Obrador nesta segunda-feira. As medidas são o oposto do que deseja o Governo Bolsonaro, que pretende passar a Eletrobras ao setor privado.
A iniciativa visa eliminar a figura das “empresas de autoconsumo”, que oferecem tarifas até 75% inferiores a determinadas empresas e que fazem parte da reforma energética promovida pelo ex-presidente Enrique Peña Nieto (2012–2018). A mudança visa obter uma tarifa mais uniforme. A reforma propõe conceder à Comissão Federal de Eletricidade (CFE) 54% do mercado de eletricidade, enquanto 46% permanecerão para as empresas privadas. A proposta também quer regular a exploração do lítio.
Hipocrisia
Talvez o mais emblemático personagem da Caixa de Pandora aberta pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) seja o primeiro-ministro checo Andrej Babis. Populista bilionário que luta contra as elites e o sistema, admirador de Trump, uma espécie de Viktor Orbán (seu colega húngaro) mais contido, se elegeu tendo como bandeiras o patriotismo e o combate à corrupção.
Nos Pandora Papers, Babis aparece movimentando US$ 22 milhões por meio de empresas offshore para comprar uma luxuosa propriedade na Riviera Francesa, em 2009, mansão mantida em segredo.
No Brasil, por sua constante exposição, Luciano Hang serve como símbolo da elite “patriota” que “luta contra a corrupção”. O bolsonarista manteve empresas offshores não declaradas por 17 anos, só regularizando a situação graças à anistia concedida por Dilma em 2016, medida que pode ser parcialmente atribuída ao desespero para barrar o impeachment e parte para conseguir recursos que eram mantidos irregularmente no exterior.
Do Monitor Mercantil