Em CARTA PARA O BRASIL DO AMANHÃ, o ex-presidente Lula, previsível novo presidente da República, conforme pesquisas eleitorais, traça prioridade central para a política econômica brasileira diferente da defendida pelos especuladores da Faria Lima: fortalecimento do mercado interno por meio da valorização dos salários como principal arma para atacar a desigualdade social; é a mesma estratégia de Xi Jiping, anunciada, semana passada, no 20º Congresso do Partido Comunista Chinês; depois de quase quatro décadas de crescimento anual de 10% do PIB com prioridade dos investimentos em infraestrutura, a China, nos próximos 10 anos, inverterá prioridade: mais investimento em consumo, a fim de evitar desequilíbrios macroeconômicos que levam à instabilidade estrutural e conjuntural caracterizada pela sobreacumulação de capital, cujas consequências são quedas das taxas de lucro decorrente de subconsumismo. Lula vai de Xi para distribuir renda e riqueza.
A desestruturação econômica no Brasil se aprofundou nos últimos seis anos, justamente, acelerando subconsumismo, com o golpe neoliberal, que inviabilizou crescimento sustentável, barrado pela destruição dos salários e das conquistas sociais, a fim de priorizar, por meio de teto de gastos sociais, gastos financeiros para liquidar juros especulativos sobre a dívida pública; o colapso neoliberal, experimentado pelo próprio governo Bolsonaro, levou-o a romper com tal teto, como medida de salvação, por revelar-se, agora, como culpado principal pela derrocada econômica bolsonarista.
Sob neoliberalismo, Paulo Guedes sufocou o orçamento geral da União, destruído pelo corte nos gastos públicos não-financeiros(saúde, educação, infraestrutura, cultura, segurança etc), de modo a garantir ao mercado especulativo transferência de gastos financeiros; somente se deu bem com essa estratégia a bancocracia especulativo, favorecida pelos juros altos destinados aos pagamento de amortização da dívida; assim, tornou-se impossível o gerenciamento econômico; nesse período(2016-2022), a máquina estatal foi colocada a serviço não do interesse público, mas, apenas, do interesse privado; o PIB, em seis anos, não ultrapassou a média de 1,5%/ano; aprofundou-se, consequentemente, desigualdade social, que reduziu investimentos, devido sobreacumulação de capital que derrubou taxa de lucro em face da queda brutal do consumo interno.
Xi Jiping, com base no relatório do Partido Comunista Chinês(PCC), divulgado no seu 20º Congresso, reconheceu necessidade de combater desigualdade social como fator número um, para a estabilidade econômica chinesa; para tanto, o fundamental, disse o líder chinês, como faz Lula, agora, em sua carta aberta aos brasileiros, é distribuir melhor a renda e a riqueza/propriedade nacional; a China, nesse novo cenário, reduzirá crescimento médio de 8% a 10% ao ano, conforme ocorreu nas quatro últimas décadas, para reorientar a economia relativamente do investimento para o consumo, fortalecendo poder de compra dos trabalhadores.
NOVA ESTRATÉGIA LULISTA
É claro que se a China reduzir o crescimento dos investimentos para aumentar consumo da população, haverá, consequentemente, diminuição da demanda chinesa pelas exportações globais; como o mercado chinês é o mais promissor consumidor mundial de primários e semi manufaturados, como os produzidos pelo Brasil, Lula, se eleito, terá que seguir o caminho alternativo; para compensar possível queda das exportações para China, terá que aumentar demanda interna, via aumento de salário, a fim de garantir crescimento interno; o FMI e Banco Mundial, em seus relatórios recentes, avisam que a China deverá crescer 3,2% em 2023, razão pela qual a economia mundial, que já padece da recessão e inflação americana, em meio à crise capitalista internacional, sofrerá baques.
NOVO JOGO
Essa perspectiva orientará suposto governo Lula a seguir o mesmo caminho de Xi Jiping: mais salários para aumentar consumo interno, porque não poderá contar com explosão de exportações de comodities primárias, já a partir do próximo ano; a saída será aumentar salários para levar empresários a investirem em tecnologia como arma para redução de custos variáveis; somente dessa forma, Lula alcançará a meta de apostar, decisivamente, no conhecimento como fator de aumento da produtividade e competitividade, voltada à industrialização.
Afinal, o essencial será, como o documento CARTA PARA O BRASIL DE AMANHÃ relata, apostar no conhecimento científico e tecnológico, para industrializar produtos primários e semielaborados, e não exportá-los por meio de isenção de ICMS, que barra industrialização conforme impõe Lei Kandir; economia nacional, portanto, entra em nova lógica, para bater de frente com o neoliberalismo de Paulo Guedes e Bolsonaro que deixa de ser funcional; essa nova orientação, evidentemente, entrará em choque, também, com o mercado financeiro especulativo da Faria Lima, que já se mostra incomodado com a CARTA PARA O BRASIL DE AMANHÃ.
(*) Por César Fonseca, jornalista, atua no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio e edita o site Independência Sul Americana
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