Depois da derrota (reversível, não definitiva) que foi a aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto do tal marco temporal das terras indígenas; e depois também da aflitiva espera da vitória que foi a votação da Medida Provisória da criação de novos ministérios (por exemplo, os dos Povos Indígenas, da Igualdade Racial, da Mulher e dos Direitos Humanos), Lula teve os ótimos resultados do desempenho da economia em seus primeiros meses de governo.
O projeto do marco temporal, que oficializaria o roubo de terras indígenas, está agora na dependência do Senado, que não vai votá-lo logo, e de um iminente julgamento no Supremo, que deve declará-lo inconstitucional.
A aprovação da Medida Provisória torna definitivos os ministérios criados por Lula por medida provisória e o que se alegou contra eles foi que darão muita despesa e que o governo comprou votos para ela não ser rejeitada, liberando 2.7 bilhões em emendas parlamentares.
Considerando a dívida secular que o Brasil tem com os indígenas, com as mulheres, com os negros e com os direitos humanos, podemos dizer que foi até barato. Caro é o que custam os juros indecentes impostos pelo Banco Central a operações de crédito da economia privada e à remuneração dos portadores de títulos da dívida pública e o que custavam os dividendos abusivos pagos pela Petrobrás a acionistas privados e estrangeiros.
O projeto do marco temporal e a tentativa de extinguir os ministérios criados por Lula atendiam a interesses privados ilegítimos e em alguns casos criminosos; e, além disso, serviram de oportunidade às chantagens do Presidente da Câmara, Arthur Lira.
Arthur Lira promoveu a aprovação do projeto do marco temporal para avisar a Lula que dias depois, prestes a vencer a vigência da Medida Provisória dos novos ministérios, ela poderia ser rejeitada ou nem sequer votada, desmontando totalmente a estrutura do governo. E montou a narrativa de que Lula estada desesperado com a possibilidade dessa nova derrota.
Além do favor que prestaria aos grileiros de terras indígenas e à oposição bolsonarista, o que Lira pretendia para ele mesmo era recompor o poder político e financeiro que tinha com seu orçamento secreto e conseguir a demissão do Ministro dos Transportes Renan Filho, do MDB como seu pai, o senador Renan Calheiros, ambos rivais do clã dos Lira na política de Alagoas.
Passado o susto dessas votações, a divulgação dos resultados mais recentes do desempenho da economia nos primeiros meses do governo Lula foi tranquilizadora para ele e para o país.
Apesar da insistência criminosa do Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em manter a taxa básica de juros em 13,75% apesar da inflação estacionária, a economia não estacionou nem regrediu, cresceu 1,9% no primeiro trimestre.
— Estou confiante com o PIB – disse Lula ao comentar esse resultado. – Tenho dito ao Haddad que vamos crescer mais do que a estimativa do FMI, porque já recuperamos todas as nossas políticas sociais e o dinheiro está voltando a circular no país. E isso gera mais comércio, mais emprego, mais consumo. E com o Bolsa Família, que teve o valor de 600 reais garantido pelo Congresso hoje, o dinheiro chega direto nas famílias que mais precisam.
O Ministro da Fazenda Fernando Haddad foi mais ousado e disse que o crescimento do PIB brasileiro está cumprindo suas previsões e “vai bater 2%” este ano.
Mais ousado ainda foi o experiente jornalista José Paulo Kupfer, do UOL, que escreveu:
— Depois do PIB “chinês” do primeiro trimestre, as projeções para o ritmo de crescimento da economia em 2023, que já tinham sido revisadas para cima, em relação às previsões do início do ano, terão de ser novamente alteradas para mais alto. Um avanço nas proximidades de 3% em 2023 pode vir a ser um novo ponto médio das projeções. Se confirmado, será um resultado muito melhor do que a expansão de 0,8%, apontada no primeiro Boletim Focus de 2023.
Esses resultados não farão a onda contra Lula diminuir. Ao contrário, o êxito de seu governo deve provocar ainda mais oposição, pelo temor das forças reacionárias de que ele vá ainda mais longe do que já foi.
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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