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Indígenas do Vale do Javari protestam por justiça para Bruno Pereira e Dom Phillips

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Manifestação exige basta ao derramamento de sangue. Organizações indígenas pressionam pela continuidade das buscas

 

 

Centenas de indígenas do Vale do Javari estão em marcha pelo município de Atalaia do Norte, no oeste do Amazonas, nesta segunda-feira (13), para exigir justiça ao indigenista Bruno Araújo Pereira e para o jornalista inglês Dom Phillips. Segurando faixas e cartazes, e entoando cantos, os povos originários cobram proteção do Estado à Terra Indígena, ameaçada por invasores, e pedem um basta ao derramamento de sangue de defensores ambientais. A manifestação também fez oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PL), criticado por afrouxar a fiscalização, a favor do invasores. A organização do ato é da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

 

 

 

Bruno e Dom Phillips desapareceram na região há mais de uma semana. Eles estavam de barco a caminho da cidade, onde deveriam ter chegado no dia 5, depois de uma parada na comunidade São Rafael. Ainda hoje, a companheira do jornalista inglês, Alessandra Sampaio, disse ao jornalista André Trigueiro, da Globonews, que recebeu informações da Embaixada britânica de que os corpos de seu marido e do indigenista haviam sido encontrados. Um assessor do embaixador do Brasil no Reino ainda teria descrito, segundo o jornal britânico The Guardian, que os corpos foram encontrados amarrados a uma árvore na floresta amazônica. O comunicado chegou também aos irmãos de Dom Phillips.

 

 

‘Indícios de maldade’

 

 

Polícia Federal negou, no entanto, as declarações do assessor. Em nota, publicada logo em seguida à repercussão, a PF afirmou que não procediam as informações. Segundo o órgão, “foram encontrados materiais biológicos que estão sendo periciados e os pertences pessoais dos desaparecidos”. Organizações indígenas que acompanham o caso também divulgaram que Bruno e Dom Phillips estão desaparecidos e seguem pressionando as autoridades brasileiras pela continuidade nas buscas.

 

 

Na última sexta (10), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu prazo de cinco dias para que o governo Bolsonaro apresentasse informações à Corte sobre as medidas adotadas para localização do indigenista e do jornalista. Entidades precisaram recorrer à Justiça para exigir o uso imediato de helicópteros, embarcações e equipes de buscas. Bolsonaro criticou hoje, no entanto, a decisão de Barroso, a qual chamou de “dispensável”. Órgãos internacionais também levantaram críticas sobre a condução das investigações. Ainda na sexta, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o governo Bolsonaro agiu com “desprezo” e foi “extremamente lento” nas providências iniciais.

 

 

‘Brasil de Bolsonaro’

 

 

Sobre o caso, Bolsonaro comentou, contudo, que há indícios de que os dois tenham sofrido “alguma maldade”. “Os indícios levam a crer que fizeram alguma maldade com eles, porque já encontraram boiando no rio vísceras humanas que já estão em Brasília para fazer DNA”, afirmou o presidente. “Pelo prazo, pelo tempo já temos hoje, oito dias, indo para o nono dia, que isso aconteceu. Vai ser muito difícil encontrá-los com vida. Peço a Deus que isso aconteça”, completou.

 

 

Nas redes sociais, a declaração e a possiblidade de que o indigenista e o jornalista tenham sido assassinados repercutiram negativamente sobre Bolsonaro. O professor e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, destacou que ser “preciso deixar claro: o provável assassinato de Dom e Bruno tem a digital de Jair Bolsonaro e o libera geral das milícias em todo o território nacional”, tuitou Boulos, que é também pré-candidato a deputado federal pelo Psol em São Paulo.”Minha solidaridade aos familiares e todas e todos que seguem resistindo ao lado dos povos indígenas no país”, frisou.

 

 

Internautas também chamaram atenção que o desaparecimento e a possiblidade de crime expõem o que é o “Brasil de Bolsonaro”. Eles lembraram que Bruno foi exonerado da Funai, em outubro de 2019, por não pactuar com o presidente do órgão, o delegado da PF Marcelo Xavier e com as diretrizes do governo federal. O indigenista era responsável pela Coordenação Geral de Indígenas Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) da Funai, mas foi substituído por um missionário evangélico com pouca experiência no assunto. A exoneração partiu do então secretário-executivo de Sergio Moro no Ministério da Justiça, Luiz Pontel, e do presidente da Funai.

 

 

A exoneração

Ao portal UOL, representantes dos indigenistas afirmaram que, se Bruno continuasse atuando dentro da Funai, uma situação como o desaparecimento, com a possiblidade de que seja um crime contra seu trabalho, seria menos provável. As comunidades da TI do Vale do Javari respeitavam muito o indigenista. A comunidade abriga a maior população de povos isolados. A viagem de Bruno e Dom Phillips tinha como objetivo denunciar a invasão do território por garimpeiros, madeireiros, caçadores e pescadores ilegais – defendidos por Bolsonaro.

 

Fonte: RBA / Redação: Clara Assunção

 

 




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