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Imperativos éticos da crítica aleatória de guerra

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Políticos, militantes, governantes e aspirantes a governantes devem obrigatoriamente ser contra um país invadir o outro, como a Rússia fez na Ucrânia no último 24 de fevereiro. Para além de analisar a situação ou tomar um lado, se não está envolvido, é necessário defender pilares das relações e do direito internacional que, se violados, podem comprometer a própria soberania e porque, na prática, tais conflitos penalizam os mais vulneráveis nos países envolvidos.

 

 

Com esse pedacinho do terreno limpo, vamos ao ponto da propaganda gratuita de guerra para a OTAN. Ser contra a invasão não é um subterfúgio coerente para, por críticas aleatórias a um dos envolvidos, tomar parte no conflito e servir como engrenagem na máquina comunicacional do ocidente que hoje trabalha para construir um consenso anti-Rússia.

 

 

Para ser efetivamente contra a guerra no leste europeu, a coerência pede que teria sido necessária uma oposição inicial em 2014, quando neonazistas tomaram Kiev. No entanto, os liberais celebraram como um movimento democrático e grande parte da esquerda tratou o Euromaidan como um levante popular legítimo contra as heranças do stalinismo. Nesse brutal erro pretérito reside o esforço atual de rejeição da análise política associada a tentativas de auto-salvamento de reputação.

 

 

Opor-se à realização de uma guerra é tanto obrigação humanista quanto truísmo. Tirando um aloprado ou outro de rede social, não é isso que se defende. O nó reside em ignorar os anos anteriores, seja por desconhecimento ou por necessidade de manter posições equivocadas. Objetivamente é pacifismo pela metade.

 

 

Pelo menos até o dia 23 de fevereiro de 2022, a Ucrânia era um regime neonazista com a economia conduzida por neoliberais subordinados ao ocidente. Um estado policial, autoritário, persecutório, que criminalizou sindicatos, partidos de oposição, institucionalizou organizações nazi-fascistas e promovia, por ação ou omissão, assassinatos, perseguições, linchamentos, execuções (inclusive em praças públicas) e uma guerra civil contra regiões com população de etnia rus com o objetivo de extermínio e genocídio.

 

 

Desde 2014 o país tem sido um polo de treinamento de milícias neonazistas de todo o mundo, incluindo do Brasil. Monumentos e homenagens públicas a Hitler e colaboracionistas da invasão nazistas são corriqueiros, com direito a venda de brindes com suástica em lojas de rua e shopping centers. O sistema educacional foi reformado, com currículos e materiais didáticos refeitos para a população não ver mais o passado nazista como algo negativo e preparar o país para enfrentar a Rússia.

 


 

CLIQUE AQUI PARA VER Cenas do Massacre na Casa dos Sindicatos de Odessa, ocorrido na Ucrânia, em 2 de maio de 2014. Sede de organizações sindicais e do Partido Comunista, o edifício foi atacado e incendiado por neonazistas apoiadores do Euromaidan. A chacina resultou na morte de 42 pessoas. Crédito: Facebook Márcia Ferraz

 


 

O regime ucraniano se originou numa “revolução colorida” entre 2013-2014 apoiada política, financeira, econômica, tecnológica e militarmente pelos EUA. Gerando uma óbvia crise, incapaz de dar respostas econômicas aos problemas da população e para evitar a volta de um governo que não fosse submisso aos EUA, um novo movimento anti-política puxado na internet foi realizado em 2019 elegendo um comediante de extrema-direita à presidência.

 

 

Tudo o que está acontecendo nesse momento decorre da tentativa de cumprimento das promessas de campanha feitas por um palhaço de auditório chamado Volodymyr Zelensky: armar a população, exterminar sindicalistas e comunistas, entrar na OTAN para poder atacar a região do Donbas promovendo um genocídio e, finalmente, poder enfrentar a Rússia, se possível invadi-la, com apoio militar de Europa e EUA. E essa NFT de uma Operação Barbarossa 2.0 foi pintada com as cores do combate à corrupção.

 

 

Não se inicia a análise política da invasão russa sem começar pelos antecedentes da abominação que foi a constituição do atual regime ucraniano e a necessidade do seu fim. Num mundo ideal, seriam os trabalhadores ucranianos os autores dessa obra, mas se trata de uma população que deu mais de 70% dos votos para um boquirroto que governa pelo Twitter. E foi ele, não Putin, quem levou seu país à guerra tentando cumprir a promessa de campanha de… ir à guerra.

 

 

Para limpar a barra, liberais e parte da esquerda atacam Putin, chamando a atenção para dados fora do escopo do conflito enquanto a propaganda da OTAN via imprensa ocidental e algoritmos de redes sociais faz a mágica do consenso anti-Rússia. Não ser veementemente contra a invasão é ser favorável à guerra, à morte, ao deslocamento de refugiados, às oligarquias russas, à homofobia, ao stalinismo etc.

 

 

A execução da operação militar russa inclui oferecer anistia e garantia de não retaliação aos militares ucranianos desde que entreguem aos russos os batalhões neonazistas. Não que Putin seja guerreiro da liberdade, mas por ter a clareza de que:

 

 

1) desarticulando o neonazismo no vizinho, os EUA não terão mais um interlocutor anti-Rússia tão radical e disposto a ir até às últimas consequências na Ucrânia.

 

 

 

2) Conseguirá mostrar ao mundo que a “maior democracia do mundo” construiu o maior regime nazista depois da 2ª Guerra Mundial. Punindo os neonazistas em tribunais militares russos, Putin colocará ao ocidente o ônus de ou abandonar aliados ou defender nazistas, no momento em que Rússia e China disputam globalmente o próprio conceito de democracia para se antepor ao ideal norte-americano.

 

 

Apontar esses dados da realidade concreta não é apoiar guerras ou a invasão russa. Por sua vez, atacar o presidente russo aleatoriamente omitindo dados ou se apegando a contradições que não são determinações da crise militar com a Ucrânia é passar um pano memorável para a figura repugnante de Zelensky e seus demiurgos ocidentais. É tomar lado na guerra, o da OTAN e de um regime repugnante como o ucraniano.

 

 

A invasão deveria ter sido evitada, mas não apenas pela Rússia, a responsabilidade é bastante compartilhada. EUA e Ucrânia preferiram esticar a corda e Putin julgou pertinente puxar. Uma vez ocorrida, todos os países precisam agora trabalhar para que acabe o mais rápido possível, acordos sejam firmados para obter paz, a OTAN e os EUA respeitem soberania e interrompam movimentos hostis a outros países.

 

 

Nada disso será possível sem a derrubada do regime ucraniano.

 

 

O conflito já existe, não depende mais de ser favorável ou contrário. Denúncia por denúncia é fazer propaganda de guerra para um dos contendores (a OTAN e seus nazistas ucranianos).

 

 

 

Por isso reafirmo: se um lado é nazista, dá para ficar contra ele sim.

 

 

 

(*) Por Flavio Venturini, professor na Escola Paulista de Política, Economia e Negócios, Presidente da Adunifesp.

 

Texto publicado, originalmente, no Facebook do professor Flavio Venturini.

 

Clique, a seguir, e confira artigo sobre o tema do professor Flávio Venturini no site da Revista Intertelas

 

 

 




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