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IBGE divulga desemprego de 14,6% e Paulo Guedes ataca o instituto, dizendo que é da “idade da pedra lascada”

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (30), os novos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), que apontam os números do desemprego no País. De acordo com o estudo, a taxa de desemprego atingiu 14,6% no trimestre encerrado em maio de 2021.

 

A taxa ficou acima do verificado no trimestre móvel anterior (encerrado em fevereiro, de 14,4%) e abaixo do resultado de abril (14,7%). Ou seja, 14,8 milhões de brasileiros 14,6% da população – estavam sem emprego em maio de 2021, segundo número mais alto da série histórica.

Além disso, o IBGE apontou que 40% dos brasileiros atuavam na informalidade. Após o anúncio dos dados, o ministro da Economia, Paulo Guedes, atacou o IBGE e, durante um evento no Rio, disse que o IBGE está na “idade da pedra lascada” e pôs em xeque a medição da taxa de desemprego realizada pelo órgão.

 

Ele disse que os dados do Caged, que mostram os empregos formais e são produzidos pela Pasta, estariam corretos. Economistas e jornalistas criticaram a fala do ministro.

 

 

Nas redes sociais, as pessoas lembraram que, desde que entrou no Palácio do Planalto, o governo Jair Bolsonaro (ex-PSL)/Paulo Guedes tenta acabar com todos os órgãos e institutos que medem a situação econômica e social do brasileiro.

Todas as ações do governo e de Paulo Guedes na gestão do dinheiro público visa a omitir e a esconder os dados das injustiças sociais que a política econômica neoliberal que ele conduz no Ministério da Economia e que não deu certo em lugar nenhum do mundo comprova, aqui no Brasil, sua ineficácia e injustiça social.

 

 

É por isso que, dentre muitas outras deliberações de retiradas de dinheiro público de setores primários do Estado, está a retirada de 90% dos recursos financeiros para o IGBE do Orçamento de 2021.

 

Depois das críticas dessa banqueiro ao IBGE e à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), ex-presidentes do instituto o criticaram e explicaram os objetivos de Guedes ao proferir esse tipo de ataque.

 

 

Os ex-presidentes do instituto dizem que a Pnad Contínua é referência no mundo e segue as recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, uma comparação da Pnad Contínua com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) deve ser cuidadosa uma vez que se tratam de metodologias diferentes, alertam.

Os ex-presidentes do instituto também afirmam que “mais do que apenas condenar uma pesquisa reconhecida por sua qualidade, os comentários de Guedes desrespeitam o IBGE, uma vez que a instituição vem perdendo espaço no governo atual, como se observou com o corte de recursos para a realização do Censo Demográfico em 2021″.

 

 

 

A pesquisa do IBGE mostra que a reforma trabalhista, de 2017, não gerou emprego e renda e piorou o desemprego

É por isso que o ministro Paulo Guedes tenta desmoralizar a pesquisa PNAD Contínua: porque ela desmascara a sua fracassada e tendenciosa política econômica. A subdivisão do Dieese na Contag explica que a ligeira queda esconde o aumento de 34 mil no número de desempregados(as). Desde março, segundo a pesquisa, há mais de 14,8 milhões de trabalhadores procurando emprego todo o mês sem encontrar. O emprego no setor privado com Carteira assinada caiu, passando de 29,8 milhões para 29,6 milhões.

Mais uma vez, o maior responsável pela queda na taxa foi o aumento de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, com aumento de cerca de 300 mil pessoas. O número de trabalhadores informais cresceu em cerca de 500 mil, contando os empregados do setor privado, domésticas e conta própria.

 

 

O forte crescimento da economia no setor de commodities (grãos, minério e petróleo) se mostra incapaz de gerar o dinamismo necessário para recuperação do restante da economia e do emprego e renda dos trabalhadores e trabalhadoras. O destaque do crescimento das commodities é a produção mineral, com um forte crescimento do preço do minério e da exportação. A produção agrícola também tem se beneficiado, mas a situação não é tão animadora.

 

 

A previsão de safra recorde abalada pela escassez de água e geadas acende um alerta para os(as) produtores(as). O levantamento da produção agrícola de junho mostra queda nas safras de milho, cana e mandioca. O único produto que apresenta aumento de produção em toneladas é a soja, produzida quase que inteiramente para exportação.

 

 

Os preços continuam em alta. A prévia do IPCA, o IPCA-15 de julho ficou no maior índice desde 2004, chegando a 0,72%. O índice acumulado em 12 meses foi para 8,59%, muito acima da meta da inflação estipulada pelo Banco Central. Recife, Curitiba e Porto Alegre foram as capitais com as maiores altas. O destaque no aumento ficou desta vez com os itens habitação e transporte.

 

 

O IPCA de julho deve vir maior que o esperado pelo mercado. A estimativa subiu quase 10%, passando para 0,87% no mês e 6,67% em 2021. O IPCA de junho havia ficado em 0,53%, elevando o índice acumulado em 12 meses para 8,35%. O aumento da inflação corrói o poder de compra dos trabalhadores e trabalhadoras e também reduz a expectativa de investimento e a retomada do emprego, uma vez que o Banco Central tende a elevar os juros para combater a inflação. O mercado aposta num aumento de 1 ponto percentual para Selic na próxima reunião do Copom.

 

 

O arroz e o feijão, principais produtos na mesa do(a) brasileiro(a) continuam entre os vilões da inflação. Apesar de terem diminuído o ritmo da alta, continuam a subir acima do índice geral. As exportações têm contribuído para elevar o preço do milho e soja, o que têm puxado também os preços da carne, aves e derivados. O que chama atenção, contudo, é a expressiva alta dos combustíveis e da energia elétrica. A última deve ganhar impulso com a crise hídrica provocada pela falta de chuvas e baixa de reservatórios.

 

Com informações da Contag e do Valor

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