Depois de usar o Dia do Agricultor para homenagear a grilagem e o jagunço e desagradar o País inteiro, a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) do Palácio do Planalto apagou a postagem do governo Jair Bolsonaro (ex-PSL) em que aparece um jagunço armado e não um trabalhador rural plantando.
Além da imagem de um jagunço armado, a Secom também ressaltou, no texto da postagem, que o presidente Jair Bolsonaro “estendeu a posse de arma do proprietário rural a toda a sua propriedade”, em referência à lei sancionada em setembro de 2019. A mudança na regra permite carregar a arma por toda a propriedade, e não apenas na sede do imóvel rural, como era previsto antes da nova legislação.
Não mencionou, no entanto, que a lei que facilitou a compra de armas, marcou o ano de 2020 com aumento do índice de assassinatos. No ano passado, os brasileiros não só tiveram de conviver com os óbitos desnecessários e evitáveis por Covid-19, como também com o aumento de 4% das mortes violentas, que interrompeu a sequência de dois anos de queda nos números. Foram 50.033 vítimas, 78% delas mortas com armas de fogo, em uma alta puxada pelos estados do Nordeste.
Os dados são do 15º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados no início deste mês. No documento, o fórum revela que as mortes violentas intencionais, pelo critério do relatório, são a soma dos homicídios dolosos (83% do total da categoria e que subiram 5,3%), dos latrocínios, das lesões corporais seguidas de morte, dos feminicídios e das mortes decorrentes de intervenção policial.
Dentre as milhares de manifestações contra a conhecida atitude belicista do governo Bolsonaro, a mídia destacou a nota do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na qual o MST afirmou que, ao escolher a imagem de um jagunço para homenagear o dia do agricultor, o governo Bolsonaro é coerente com a sua concepção de mundo, de culto à violência e promoção da morte”, disse a âncora Renata Vasconcellos ao repercutir posição do MST.
João Pedro Stédile é chamou o governo de “insano e fascista” e, na postagem, disse que “não entendem nada da vida no campo”.
O governo Bolsonaro é insano e fascista. Tiveram o desplante de retratar um camponês no dia do agricultor como um jagunço armado. Não entendem nada da vida no campo. Santa paciência!
— João Pedro Stedile (@stedile_mst) July 28, 2021
João Paulo Rodrigues, também liderança do MST, postou mensagem demonstrando estarrecimento com a atidude do governo Bolsonaro.
Inacreditável que esse #BolsonaroNazista homenageia os agricultores com uma imagens de um jagunço! Nossos agricultores produz alimentos e não violência ! O repúdio do @MST_Oficial vira em forma de ocupação do latifúndio! Queremos terra e paz para produzir comida para nosso povo! pic.twitter.com/zBrqNwh5Bj
— João Paulo Rodrigues (@joaopaulomst) July 28, 2021
No Jornal Nacional, a Rede Globo repercutiu a nota do MST contra a postagem feita pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) que mostrava um homem armado para “comemorar” o Dia do Agricultor.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) foi sutil em sua postagem e mostrou que a violência do governo Bolsonaro começa na política econômica neoliberal e perpassa por todos os setores da vida do País a ponto de, em menos de 2 anos de governo, Bolsonaro ter transformado o brasileiro em um povo triste e sem esperança.
Nos governos do PT:
O povo brasileiro era o mais otimista do mundo em relação ao futuro
No governo Bolsonaro:
Brasileiros lideram ranking mundial de sensação de viver em “país em declínio”
— Erika Kokay (@erikakokay) July 28, 2021