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General Newton Cruz, ex-chefe do SNI na ditadura militar, morre no Rio aos 97 anos

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Um dos generais mais agressivos e intolerantes com quem denunciava todos os abusos e desmandos da ditadura militar, Newton Cruz agrediu jornalistas e chefeio a Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) nos anos de chumbo

 

O general do Exército Newton Cruz morreu na noite dessa sexta-feira (15/4), aos 97 anos, no Hospital Central do Exército, em Benfica, no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada. Ele será cremado neste domingo (17), no crematório da Penitência, no cemitério do Caju, na zona norte do Rio.

Cruz foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI), entre 1977 a 1983, e do Comando Militar do Planalto. Ele deixa quatro filhos. Um dos personagens principais do atentado do Riocentro, em 1981, que segue até hoje sem resolução, Cruz nasceu em 24 de outubro de 1924, no Rio de Janeiro.

 

Ingressou no Exército, em 1941, e promovido a general-de-brigada em abril de 1976. Naquele ano, Cruz foi nomeado comandante da Artilharia Divisionária, em Pouso Alegre (MG). Um ano depois, deixou o regimento de cavalaria que comandava, em Minas Gerais, para assumir o cargo de chefe da Agência Central do SNI.

 

Caso Riocentro

 

O militar foi um dos seis denunciados à Justiça por participação no atentado do Riocentro, em 1981. Os procuradores pediram uma pena mínima de 36 anos e 6 meses de prisão para ele. Na denúncia, o Ministério Público Federal (MPF) o acusou de ter sabido do atentado com antecedência de pelo menos uma hora e não agiu para contê-lo.

 

A denúncia determinava que os militares reformados Newton Cruz, Wilson Luiz Chaves Machado, Nilton de Albuquerque Cerqueira, Edson Sá Rocha, Divany Carvalho Barros e o ex-delegado Cláudio Antônio Guerra deveriam responder pelos crimes de tentativa de homicídio, formação de quadrilha ou bando, transporte de explosivos, fraude processual e favorecimento pessoal.

 

A denúncia foi elaborada pelo Grupo de Justiça de Transição do MPF. Denúncias feitas em 1981 e 1999 foram arquivadas pelo Tribunal Militar e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque os magistrados entenderam que os acusados seriam contemplados pela Lei da Anistia. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, no entanto, concedeu habeas corpus a quatro denunciados. O tribunal julgou que os crimes estariam prescritos.

 

O atentado ocorreu no dia 30 de abril de 1981, véspera do Dia do Trabalho, em um show que reuniu milhares de pessoas no Riocentro. A primeira bomba explodiu dentro de um carro no estacionamento do centro de convenções, durante a apresentação da cantora Elba Ramalho, ferindo o capitão Wilson Luis Chaves Machado e matando o sargento Guilherme Pereira do Rosário.

 

Na mesma noite, outra bomba foi lançada na subestação de eletricidade do complexo com o objetivo de cortar a energia, sem causar vítimas. Foi o caso mais emblemático de uma série de explosões provocadas por agentes da repressão, insatisfeitos com o processo de abertura política do País.

 

 

Caso Alexandre von Baumgarten

 

Em 1983, Newton Cruz teve o nome envolvido no assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten, ex-diretor da extinta revista O Cruzeiro. O “caso Baumgarten” teve início na madrugada do dia 13 de outubro de 1982, quando o jornalista e sua mulher, Jeannete Hansen, foram sequestrados no cais de embarque da Praça XV de Novembro, no Rio, e levados para local ignorado.

 

No dia 15, Von Baumgarten foi executado em Teresópolis (RJ) e a mulher dele dias depois. O corpo do jornalista apareceu semanas depois numa praia do Recreio dos Bandeirantes, com marcas de tiros, embora o laudo do Instituto Médico Legal tenha informado que a morte foi causada por afogamento.

 

Um dossiê da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que o jornalista havia se encontrado com Newton Cruz para obter verbas para a revista, da qual era diretor. O general negou seu envolvimento e afirmou ter recebido informações sobre a identidade daquele que seria o responsável pelo assassinato, sem revelar o nome.

 

Em agosto de 1983, Newton Cruz deixou a chefia da Agência Central do SNI e assumiu o Comando Militar do Planalto (CMP) e a 11ª Região Militar. Há cerca de sete anos, em 2014, Newton Cruz foi apontado pela Comissão da Verdade como um dos 377 militares que cometeram crimes durante a ditadura.




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