A secretária de Educação no DF, Hélvia Paranaguá, e representantes do Sindicato dos Professores (Sinpro) se reuniram no final da tarde desta quarta-feira (28) para discutir algumas dúvidas em relação à proposta do GDF de retornar as aulas presenciais na rede pública de ensino na próxima semana. Os dirigentes sindicais demonstraram preocupação em relação à insegurança dos pais, assim como a apreensão dos professores que ainda não tomaram a 2ª dose da vacina contra a Covid-19.
A dirigente sindical Rosilene Correa reconhece que o melhor lugar para os alunos é na escola. No entanto, ela pondera que é preciso que alunos, professores e pais tenham segurança. “Vamos insistir junto à Secretaria para que esse retorno seja feito com o máximo de segurança possível, uma vez que não há 100% de garantia. Mas naquilo que pode e deve ser feito, seja de fato garantido”, defende.
Segundo a dirigente, algumas coisas ainda não estavam claras, como a situação dos professores que tomaram a vacina Pfazer, por exemplo. “Como essa vacina ainda não tem antecipação ficou garantido que os professores só retornarão para o presencial após a 2ª dose. Então, a escola deverá ter uma organização para que esses professores continuem em atividade remota”, disse Rosilene. A 2ª dose da Pfazer é aplicada somente após três meses.
A Secretaria de Educação garantiu que está tomando providências junto às escolas para que as aulas possam retornar com segurança. Destacou ainda que o GDF vai insistir no retorno presencial, mas que vão analisar caso a caso de alunos que tenham comorbidades, por exemplo.
Contudo, é importante considerar que o aumento no número de novos casos de contaminações por Covid-19 e a confirmação recente da variante Delta no DF, que tem grau de transmissibilidade superior à cepa Gama, predominante no Brasil, pode lançar a comunidade escolar numa cruzada de alto risco, como o aumento no número de óbitos pelo novo coronavírus.
Nesta sexta-feira (30) o Sinpro-DF fará assembleia virtual com os professores para saber a opinião da categoria em relação ao retorno seguro às aulas presenciais.
A professora Sara Cristina disse estar preocupada com o retorno, uma vez que vários profissionais de ensino são do grupo de risco. “Apesar da preocupação da direção da escola em adquirir vários produtos e equipamentos de proteção sanitária, ainda sim estou preocupada, já que acho difícil manter o distanciamento social nas escolas públicas entre os estudantes”, disse.
Ana Isabel, mãe do aluno Caio Silveira que cursa o 9º ano e tem problemas respiratórios, é contra o retorno presencial agora. Ela ainda não sabe se o retorno do filho à escola será obrigatório ou opcional. “Por ele ter asma isso me preocupa muito. Estamos nos preservando de ir em vários lugares e por isso ainda acho cedo deixá-lo ir para a escola agora. Eu e meu marido estamos muito preocupados com isso, porque por mais que a gente oriente ele a tomar cuidado, eu acho que o melhor seria manter o ensino online por enquanto”, defende.
Nesta quinta-feira (29), pais e alunos farão carreata contra as aulas presenciais no DF, a partir de 12h. A concentração ocorrerá em frente ao Palácio do Buriti e seguirá até a Rodoviária do Plano Piloto, de onde retornará para à sede do Executivo local.