Diante do número de imigrantes muçulmanos e judeus na França, o atual conflito no Oriente Médio, envolvendo Israel e Palestina, tornou-se um catalisador político e deflagrou uma nova crise no governo francês de Emmanuel Macron
As ações no Oriente Médio, historicamente, reverberam com força na França, principalmente nas cidades em que há um grande número de imigrantes judeus e muçulmanos.
Nesta sexta-feira (14), o país viveu uma nova escalada de tensões, no esteio de uma decisão do ministro do Interior, Gérald Darmanin, que proibiu uma manifestação pró-Palestina, em Paris, escreve a Rádio França Internacional.
Matéria divulgada pelo Sputnik Brasil informa que o ato em apoio aos palestinos estava previsto para este sábado (15). Gérald Darmanin, ao cancelar o evento unilateralmente, alegou “riscos de ameaças à ordem pública”.
As autoridades francesas querem evitar cenas de violência como as registradas em 2014, durante um protesto contra a ofensiva israelense à Faixa de Gaza.
Em Brasília, Distrito Federal, está previsto um ato público, na manhã deste sábado (15), em frente à Embaixada da Palestina.
Quanto à França, a atual escalada de tensões entre Israel e o Hamas, que controla o território palestino, provoca reações acaloradas tanto da esquerda quanto da direita francesa.
De acordo com a apuração do Sputnik Brasil, o senador considerado de esquerda Pierre Laurent denunciou a “colonização sistemática e ilegal de Jerusalém Oriental pelo poder extremista de Netanyahu, por um exército de ocupação e por colonos fanáticos”.
“A França é o único país do mundo onde todas as manifestações de apoio aos palestinos e de protesto contra o governo de extrema direita israelense são proibidas. O único objetivo dessa decisão é provocar incidentes e estigmatizar essa causa”, acusou o líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon.
A Associação Palestinos da região parisiense, que convocou o ato, fala “em provocação, ataque à democracia e cumplicidade da França com o Estado de Israel”. A entidade vai entrar com recurso na justiça nesta sexta-feira (14) contestando a proibição.
Já os líderes do partido Os Republicanos, de direita, apoiaram a interdição da manifestação. A presidente conservadora da região Île de France, onde está localizada Paris, Valérie Pécresse, chamou o Hamas de grupo terrorista e disse que a reação de Israel é legítima.
Macron, por sua vez, teve uma conversa pelo telefone com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e prevê ainda uma discussão com o premiê Benjamin Natanyahu para frisar a “urgência em relançar, decisivamente, as negociações e retomar a paz”.
Do site Sputnik Brasil com edição do Jornal Brasil Popular
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