A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disse não ao indecoroso pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para furar a fila da vacinação contra a Covid-19.
Em nota, a Fiocruz informou que a produção da vacina é “integralmente” destinada ao Ministério da Saúde, de acordo com o Programa Nacional de Imunizações. “A produção dessas vacinas será, portanto, integralmente destinada ao Ministério da Saúde, não cabendo à Fundação atender a qualquer demanda específica por vacinas”, afirma o texto da Fiocruz.
Sem nenhuma vergonha de dar uma “carteirada”, o STF havia encaminhado um ofício à Fiocruz solicitando a reserva de vacinas para imunizar antecipadamente 7 mil servidores do tribunal e do Conselho Nacional de Justiça.
E na tentativa de justificar a iniciativa descabida de furar a fila da vacina, o presidente do STF, Luiz Fux, disse que o pedido à Fiocruz se deu “de forma delicada, ética”, na necessidade de se vacinar os membros da corte com prioridade.
A atitude de Fux de querer vacinar a turma do judiciário vai na contramão da preocupação que ele deixou de demonstrar no dia 10 de setembro, quando realizou uma grande solenidade presencial – com pessoas sem máscara – para festejar sua posse na presidência do STF, inclusive espalhando coronavírus a diversos convidados. Assim agem algumas autoridades, sobretudo no Judiciário: depois do mau exemplo vem a carteirada”.