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Exposição de bancos ocidentais a derivativos turbina crise financeira

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As operações de socorro ao Credit Suisse e a três bancos norte-americanos (SVB, Signature e First Republic) podem não ser suficientes para recuperar a credibilidade no sistema financeiro ocidental. A Suíça poderá arcar com até US$ 280 bilhões (cerca de 1,5 trilhão) em apoio à compra do Credit pelo UBS, com empréstimo para garantir a liquidez de US$ 100 bilhões, uma linha extra de outros US$ 100 bilhões, além de seguro contra riscos e US$ 54 bilhões emprestados pelo Banco Nacional (BC) da Suíça ano passado.

 

 

Pedro Raffy Vartanian, economista e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, traçou um paralelo da compra do Credit Suisse com a crise de 2008. Em março daquele ano, meses antes da quebra do Lehman Brothers, foi providenciada uma “solução de mercado” em que o JP Morgan Chase “comprou” o Bear Stearns.

 

 

Política semelhante havia sido implementada com sucesso em 1998, no caso da LTCM (em que os bancos privados, coordenados pela autoridade monetária dos EUA, injetaram recursos em uma gestora falida para se evitar uma crise financeira de proporções globais). No caso da compra do Bear Stearns, entretanto, a solução durou apenas alguns meses. Em setembro de 2008, a quebra do Lehman Brothers trouxe o medo de uma possível repetição da crise de 1929.

 

 

“A questão agora é identificar se a compra do Credit Suisse será uma repetição do caso LTCM ou do caso Bear Stearns. Os elementos atuais são muito semelhantes aos que precederam a crise de 2008, de modo que a operação de salvamento do Credit Suisse pode resultar apenas em uma solução temporária com novos problemas surgindo nos próximos meses”, analisa Vartanian.

 

 

Fontes oficiais mostram como pode ser a dimensão da crise. O Credit Suisse detinha US$ 16,1 trilhões em derivativos e apenas US$ 600 bilhões em ativos. Os quatro maiores bancos norte-americanos (JPMorgan, Goldman Sachs, Citi e Bank of America) têm US$ 173 trilhões em derivativos e US$ 8 trilhões em ativos.

 

 

Se o sistema financeiro ocidental repousa sobre essa discrepância, estima-se que na China os quatro maiores bancos têm US$ 7 trilhões em derivativos e US$ 19 trilhões em ativos.

 

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