Em entrevista, professor Daniel Cara, da USP, explica suspensão do Novo Ensino Médio
por Redação em
O Ministério da Educação (MEC) decidiu, nesta terça-feira (4), suspender a implementação do Novo Ensino Médio
Em matéria da Rádio Nacional, o ativista da educação, professor e pesquisador na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Cara, explicou a decisão. Ele disse que a decisão é fruto de uma pressão exercida de forma coletiva por vários setores da área da educação e é importante porque na prática significa que o Enem não vai ser alterado com base na reforma. A realização do Enem pautado na reforma do ensino médio seria uma catástrofe porque, praticamente, 90% das escolas brasileiras não ofertam os cinco itinerários formativos da reforma do ensino médio.
Desde o ano passado, as disciplinas tradicionais passaram a ser agrupadas em áreas do conhecimento. Agora a divisão está em Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas. E a partir desse ano, cada estudante passou a poder montar seu próprio itinerário de estudo, escolhendo as áreas em que vai se aprofundar.
Cara disse também que essa possibilidade de escolha, vendida como sendo uma uma proposta positiva da reforma do ensino médio, não existe na prática. ” Se o aluno quiser fazer Ciências da Natureza, por exemplo, ele não vai poder fazer Ciências da Natureza, porque a escola dele só oferta matemática. Eu sou a favor da gente substituir a reforma do ensino médio por um trabalho relacionado às áreas do conhecimento. Então o aluno vai poder optar em avançar em relação as áreas, mas ele não vai ter uma prisão em relação a essas áreas”.
Já na entrevista ao Fórum Café,nesta terça-feira (4), o professor afirmou que a situação do Novo Ensino Médio não está resolvida. Na segunda-feira (3), a imprensa recebeu informações de que o MEC revogaria a Portaria 521/21, que instituía o cronograma da reforma educacional. Contudo, Cara alega que a sinalização do governo Lula não é definitiva.
O professor reitera que a gestão Camilo Santana (PT) está extremamente ligada a grupos privados da educação, que têm interesse na aprovação da reforma proposta por Bolsonaro e Temer.
“A suspensão da Portaria 521 significa suspender o cronograma de implementação do Novo Ensino Médio. Se a portaria permanecesse, em 2024, ia ter um novo Enem pautado nos itinerários formativos”, disse Cara.
Com informações da Agência Brasil e Revista Fórum
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