A Eletrobras contratou a empresa de dois ex-parlamentares que ajudaram no processo de privatização da companhia no Congresso. A informação é da revista Crusoé.
Um dos contratados foi o ex-deputado José Carlos Aleluia (União Brasil-BA), relator da proposta quando o ex-presidente Michel Temer (MDB) tentou privatizar a empresa pela primeira vez. O outro foi o ex-senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) durante a privatização.
O primeiro contrato, no valor de R$ 480 mil, foi fechado com a Saver Assessoria e Consultoria Ltda, a empresa pertence à Caroline Aleluia, filha de José Carlos, e a Luiz Felipe Aleluia, irmão do ex-parlamentar.
O segundo contrato, no valor de R$ 660 mil, foi fechado pela Eletrobrás com a empresa Vale Soluções e Consultoria, que tem o ex-senador como único sócio.
Ambos os contratos têm como objetivo a “assessoria e consultoria em relacionamento institucional para assuntos relacionados às políticas públicas de interesse da Eletrobrás, nos poderes públicos federais, agências reguladoras e poderes públicos estaduais e municipais na abrangência de atuação da empresa”. Confira a denúncia a seguir:
ois ex-parlamentares que ajudaram no processo de privatização da Eletrobras no Congresso assinaram, recentemente, contratos com a empresa de energia para consultoria assessoria institucional — em bom português, lobby — via empresas próprias. Um foi o deputado relator da proposta quando Michel Temer tentou privatizá-la pela primeira vez. O outro foi líder do governo Jair Bolsonaro durante a privatização.
Um contrato de R$ 480 mil foi fechado com a Saver Assessoria e Consultoria Ltda, empresa pertence à Caroline Aleluia, filha do ex-deputado José Carlos Aleluia (União-BA), e a Luiz Felipe Aleluia, irmão do parlamentar. Na primeira tentativa de privatizar a Eletrobras, ainda em 2018, o parlamentar foi o relator do projeto.
Já a Vale Soluções e Consultoria, que foi aberta em 18 de janeiro de 2023 e tem o ex-senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) como único sócio, ganhou um contrato de R$ 660 mil.
Ambos os contratos têm como objeto a “assessoria e consultoria em relacionamento institucional para assuntos relacionados às políticas públicas de interesse da Eletrobras, nos poderes públicos federais, agências reguladores e poderes públicos estaduais e municipais na abrangência de atuação da empresa”.
Os dois contratos não precisaram passar por decisão da diretoria executiva para serem fechados — isso porque apenas contratos acima de R$ 835 mil precisam ser ratificados.
A reportagem procurou o ex-senador Fernando Bezerra Coelho, mas ainda não obteve retorno. A reportagem não conseguiu contato com José Carlos Aleluia.
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