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Eleições com sabor de Café e Realismo Mágico

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Gustavo Petro e Francia Márquez, do Pacto Histórico, alcançaram oito ponto cinco milhões de votos, com uma participação próxima aos 41 por cento, o melhor resultado para um partido de esquerda em Colômbia. Tudo isso em meio à sabotagem da direita ao Acordo de Paz, que já causou o assassinato de mais de 1.300 lideranças populares, e tentativa de fraude nas urnas. Ainda assim, a esquerda conquistou um resultado histórico no 1º turno enquanto uribismo se reorganiza em torno de um candidato curinga. A vitória da esquerda é dada como certa, mas é preciso saber se ela acontecerá de fato

 

 

Por Salomón Sotelo Castiblanco no Jornal Brasil Popular | Tradução: Joaquim Lisboa Neto

 

Terminou o primeiro turno das eleições em Colômbia. O panorama se torna bastante difícil. A direita liquidou seu papel de dividir e reinarás e assim jogou suas cartas; pôs na competição um candidato débil das hostes Uribistas, Federico Gutiérrez, que nunca deslanchou, que era porém só um desvio para que um segundo candidato, galo enrustido, Rodolfo Hernández, recolhesse as bandeiras e se candidatasse ao segundo turno, depois dos resultados do domingo passado. Gustavo Petro e Francia Márquez, do Pacto Histórico, alcançaram oito ponto cinco milhões de votos, com uma participação próxima aos 41 por cento, o melhor resultado para um partido de esquerda em Colômbia.

 

Por outro lado, Rodolfo Hernández e Marelen Castillo, do movimiento Liga de Governantes Anticorrupção, com cinco milhões e novecentos e cinquenta e dois mil e sessenta e oito votos com vinte e oito por cento [28%] de participação. Isto poderia ser sintomático e de repente histórico se estivéssemos noutro lugar do mundo, porém na Colômbia, onde tudo se converte em realismo mágico, pode sser catastrófico.

 

Há que dizer que a grande maioria quis votar por uma mudança; e, na verdade, a grande derrota sofreram os partidos tradicionais, isto é, o partido do governo Centro Democrático, os conservadores, os liberais Cambio Radical, a U, entre outros, quer dizer, os que nunca largaram o poder tais como Andrés Pastrana, Cesar Gaviria, Álvaro Uribe e o atual presidente Iván Duque. Isso, de por si, já é um perigo neste país. Outros derrotados foram os meios de comunicação tradicionais, as [empresas] pesquisadoras em grande medida e os chamados gremios, como a Federação de Pecuaristas “Fedegan”, a Federação Nacional de Comerciantes “Fenalco”, a Associação Nacional de Industriais, Andi, Grupo empresarial antioquenho, GEA, e o Sindicato antioquenho.

 

Os vencedores, de um lado, Rodolfo Hernández, Liga de gobernantes anticorrupção, engenheiro que acumulou sua fortuna a custa dos mais pobres do país e que abertamente crê que os pobres são um bom negócio, que as mulheres devem permanecer na casa enquanto seus maridos trabalham, que as universidades devem ser loteadas e vendidas, que aos professores só se deve pagar nove meses, que são os [meses] que, segundo ele, trabalham, e que quando suas empresas têm problemas simplesmente as liquida para que não haja a quem reclamar e, para finalizar, é seguidor de um grande filósofo, “Adolf Hitler”, entre outros aspectos.

 

De sua trajetória política foi vereador de Piedecuesta, Santander, durante os anos 1990-1992, na qual enviou uma carta de renúncia e nunca se lhe voltou a ver. Em 2011 financiou um político liberal, quem foi eleito nesse momento e com o qual sairia de litígio. No ano de 2015 se lançou à prefeitura de Bucaramanga, da qual foi punido em duas oportunidades, uma por agressão a um vereador e outra por participação em política. Finalmente, em setembro de 2019 renunciou ao cargo porque não o deixavam participar em política.

 

De outra parte, Gustavo Petro, Pacto Histórico, economista, administrador público, especialista em meio ambiente e desenvolvimento populacional; fundador da Aliança Democrática M19, nascida do acordo de paz com o movimento guerrilheiro M19, integrante da constituinte 1991, representante por Cundinamarca em 1991, senador da República 2006-2010; desde o Congresso da República realizou debates contra a corrupção, Odebrecht, Promotoria, Carrossel da Contratação, parapolítica, manejo dos fundos políticos, grampos e infiltrações do Departamento de Segurança DAS.

 

Foi prefeito maior de Bogotá 2012-2015 e senador da República 2018-2022. Apresenta uma proposta para o progresso, o bem-estar e a prosperidade desde o Pacto Histórico. Um grande pacto dos e das colombian@s, por um país que apresente melhores oportunidades, uma coalizão de centro esquerda que busca chegar a governar o país pela primeira vez.

 

Como podemos observar, temos duas vertentes: uma de um discurso populista que quando eleito para cargos públicos nunca os terminou; de outra parte, um candidato que se tem dado à luta por um país democrático e que apresenta propostas para um país potência mundial da vida.

 

Sim. Isso sucedeu no 29 de maio passado. Agora só restam vinte dias para voltar às urnas, com a esperança de que as gentes retornem e votem [com] a consciencia de querer um país mais equânime, onde a educação seja um direito e não um negócio, onde todas e todos queiramos permanecer no país e fazer com a chamada democracia mais antiga da América um país onde caibamos todos, sem privilégios para uns poucos e poder reconstruir um povo que durante seis ou sete décadas viveu na guerra. Necesitamos de transformações estruturais e desmonte de privilégios na busca de uma sociedade mais justa, digna e decente.

 

O que se vem em três semanas é uma intensa campanha onde não faltará o desprestígio, o descrédito e a humilhação, onde cerca de quarenta e seis por cento dos eleitores não votam e devem tomar uma decisão para um ou outro bando. Esperamos que este realismo mágico não repita a experiencia de eleições anteriores que nos deixaram sem sabores como o NÃO à Paz, que neste momento nos têm na incerteza e no dessangramento em todas as latitudes de nossa querida Colômbia.
Por enquanto, lhes convido a um café e cem anos de solidão.

 

 

(*) Por Salomón Sotelo Castiblanco, diretor CINCOOP – Coordenador Mesa Nacional Social e Solidária Colômbia. Tradução > Joaquim Lisboa Neto

 

 

Foto da capa/legenda: Gustavo Petro, candidato à Presidência da República da Colômbia discursando depois da vitória na votação do referendo pela coalizão Pacto Histórico, em Bogotá, Colômbia, em 13 de março de 2022. Foto de Luisa Gonzalez / Reuters




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