Fazendo coro com a escrita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) nas redes sociais, o Jornal Brasil Popular também reconhece que “hoje o Brasil escreve uma das páginas mais tristes de sua história: meio milhão de mortos em decorrência da Covid-19. Se fosse possível conhecer cada uma dessas pessoas, uma por dia, levaria 1.370 anos para ouvir a história de todas elas”, postou a universidade no seu Twitter.
No texto do site, cujo título é “500 mil vidas perdidas”, a instituição escreveu: “É importante esclarecer que os números são necessários. Eles fazem parte da discussão sobre a pandemia porque dão parâmetros sobre a velocidade com que a doença se espalha no mapa. Mas também carregam um efeito cada vez mais importante: o de calcular quantas vidas poderiam ter sido salvas – sobretudo em relação a uma doença para a qual já existe vacina. Pedro Hallal, pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e coordenador da pesquisa Epicovid-19 – considerada pela comunidade científica brasileira um dos mapeamentos mais consistentes do avanço da epidemia no país –, aponta, em artigo publicado em janeiro de 2021 na revista Lancet, que 3 em cada 4 mortes poderiam ter sido evitadas caso o Brasil estivesse na média mundial de controle da pandemia”.
“Apesar de responder por aproximadamente 2,7% da população mundial, atualmente o Brasil já representa mais de 12% das mortes pelo coronavírus no mundo, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. De acordo com a previsão feita por Hallal, 375 mil mortes poderiam ter sido evitadas. Não deveria ter sido assim”. Clique aqui e confira o texto completo
Nas redes sociais, cientistas, médicos, populares, intelecutais, políticos, todos se manifestaram sobre o crime. No Twitter, o ex-presidente Lula escreveu: “500 mil mortos por uma doença que já tem vacina, em um país que já foi referência mundial em vacinação. Isso tem nome e é genocídio. Minha solidariedade ao povo brasileiro”.
500 mil mortos por uma doença que já tem vacina, em um país que já foi referência mundial em vacinação. Isso tem nome e é genocídio. Minha solidariedade ao povo brasileiro.
— Lula (@LulaOficial) June 19, 2021
Mortes nas últimas 24 horas
Neste sábado (19), dia em que o Brasil inteiro foi às ruas em passeatas gigantescas pedindo vacina, pão, educação e impeachment do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) registrou 2.301 mortes por Covid-19 e 82.288 novas infecções pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas.
Com os dados, o Brasil totaliza 500.800 óbitos e 17.883.750 casos acumulados em 15 meses. Os dados foram atualizados, segundo o Conass, às 17h. Em seu site, o conselho divulgou uma nota intitulada “500 mil óbitos por causa da Covid-19” em que diz que “o luto domina o Brasil”.
“Passados quinze meses do primeiro óbito por Covid-19 no país, poucos são os brasileiros que não sofrem pela perda de um parente, um amigo próximo, um colega de trabalho, um vizinho. Já são 500 mil vítimas – mais de 300 mil nos últimos cinco meses.
Contra a lógica e a ciência, alguns governantes questionam a dimensão da tragédia, lançam dúvidas sobre medidas comprovadamente eficazes para reduzir o risco do contágio e desdenham da vacina. Temos, portanto, duas crises: a do vírus e a da ignorância. Essa perigosa combinação expõe mais pessoas ao risco de contágio e dificulta ainda mais as estratégias de prevenção da doença.
Os reflexos são inequívocos! Somos o segundo país em números de óbitos diários. Estamos atrás apenas da Índia com seus 1,3 bilhão de habitantes. Dados reunidos pela Universidade de Pelotas, também não deixam dúvidas. O Brasil, com 2,7% da população mundial, detém 12,8% dos óbitos por Covid-19 no mundo. Enquanto a proporção de mortes por Covid-19 no mundo é de 488 por milhão de habitantes, aqui é de 2.293”. Clique aqui e confira a nota completa.
Já o consórcio de veículos de imprensa, informou que o Brasil registrou, neste sábado, 2.247 novas mortes por Covid-19. Com isso, o País totaliza 500.868 vidas perdidas para o novo coronavírus. A média móvel ficou em 2.073 óbitos, um aumento de 27% em comparação com o índice de duas semanas atrás. É o quarto dia consecutivo que o cálculo fica acima de 2 mil.
O consórcio é formado pelos jornais O Globo, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo e reúne informações das secretarias estaduais de Saúde divulgadas diariamente até as 20h e afirma que, nas últimas 24h, também foram confirmados 78.869 novos casos de Covid-19, totalizando 17.881.045 infectados pelo Sars-CoV-2. A média móvel foi de 72.007 diagnósticos positivos, um crescimento de 16% em comparação ao cálculo de 14 dias atrás.
Vacinação contra a Covid-19
Das 27 unidades da Federação, somente 20 atualizaram os dados sobre a vacinação contra a Covid-19 neste sábado. Assim, com números subnotificados, o País teve 62.706.083 pessoas imunizadas com apenas a primeira dose de uma das vacinas contra a doença, o equivalente a 29,61% da população brasileira. A segunda dose foi aplicada apenas em 24.243.552 pessoas, ou seja, 11,45% da população nacional. Nas últimas 24h, o Brasil aplicou 846.719 vacinas, como primeira dose, e 71.746 pessoas receberam a segunda dose.
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