Na data em que se inicia o prazo para a realização das convenções partidárias que escolherão candidatos a prefeito, vice-prefeitos e vereadores que disputarão as eleições deste ano, o MDB de São Luís anunciou a decisão de caminhar junto à candidatura do deputado estadual Neto Evangelista, que exerce seu terceiro mandato na Assembleia Legislativa e que pertence ao DEM, partido que, no Maranhão, faz parte da base de apoio ao governo Flávio Dino.
Evangelista até o prazo de desincompatibilização, era secretário estadual de Desenvolvimento Social e sua candidatura a prefeito tem como patrono o senador Weverton Rocha, líder do PDT no Senado, pré-candidato a governador do Estado em 2022. Rocha tem sido o grande artífice da montagem da coligação, trazendo o apoio do PDT (que preside no Estado) e tendo sido fundamental para que PTB, PSL e, agora, o MDB declarasse apoio a Evangelista.
Ex-governadora Roseana Sarney recebe Neto Evangelista em sua casa
No caso específico do MDB, Weverton conseguiu conquistar o apoio da legenda através de uma articulação “por cima”, envolvendo os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, respectivamente, ambos do mesmo DEM de Neto Evangelista. Ressalte-se, que no plano local, os emedebistas tinham preferência pela candidatura do juiz aposentado Carlos Madeira, do Solidariedade.
A principal “eleitora” do partido, a ex-governadora Roseana Sarney, nutria nítida preferência por Madeira, mas teve que se submeter à orientação da direção nacional da legenda e ao posicionamento dos dois deputados federais do partido, que veem em Evangelista um nome mais competitivo.
O candidato do DEM tem pontuado de forma consistente nas pesquisas de opinião até agora realizadas, ficando na terceira ou quarta colocação. Com a saída do deputado Wellington do Curso da disputa (foi rifado por seu partido, o PSDB, na última sexta-feira, 28), Evangelista se consolida na terceira colocação e avança sobre o segundo colocado, o também deputado estadual Duarte Júnior, que será candidato pelo Republicanos e que tem o vice-governador Carlos Brandão como patrono. Duarte terá em sua coligação apenas o inexpressivo PTC.
Para a definição mais nítida do quadro eleitoral, falta apenas a posição do PT. Há um mês que as reuniões de tática eleitoral do partido, em São Luís, têm sido sucessivamente adiadas por conta da indefinição do Diretório Nacional, a quem cabe a palavra final sobre o assunto. A tendência é a de uma coligação com o PCdoB do governador Flávio Dino, mas a falta de reciprocidade da legenda comunista em apoiar um candidato petista em alguma capital está levando o partido de Lula a pensar numa candidatura própria na capital maranhense.
O candidato do PCdoB é o deputado federal licenciado Rubens Júnior, que ainda patina nas pesquisas eleitorais, apesar de contar com o PP, Cidadania, PMB e DC no seu arco de alianças. Uma coligação com o PT daria a Rubens, além de tempo de TV e rádio, o apoio de Lula, cuja liderança se mantém incólume no Maranhão.
Na verdade, a disputa de Duarte, Evangelista e Rubens é saber quem irá a um eventual e cada vez mais provável segundo turno com o líder das pesquisas, Eduardo Braide, do Podemos. Braide, que ficou em segundo lugar nas eleições municipais de 2016, foi o deputado federal mais votado em São Luís, em 2018, e apesar de vir caindo nas intenções de voto mensuradas pelas pesquisas, ainda está a pelo menos 20 pontos percentuais à frente do segundo colocado. O reforço do PSDB obtido na última sexta-feira pode não ser suficiente para estancar a sangria das intenções de votos, pela forma tumultuada como se deu o desembarque tucano em sua candidatura.
É possível que, até 16 de setembro, quando encerra a temporada de coligações, novos lances venham a acontecer, mas, a preço de hoje, Neto Evangelista tornou-se o provável contedor de Braide para um quase inevitável segundo turno em São Luís.