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Cúpula Celac-UE: soberania e neocolonialismo em confronto

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A Cúpula entre a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE), realizada nos dias 17 e 18 de julho, apesar das intenções neocolonialistas do bloco europeu e das divergências políticas explícitas em temas econômicos e políticos, foi um marco nas relações bilaterais entre as duas regiões. As posições em confronto ficaram explícitas. A Declaração Final resultante das negociações de bastidores e dos debates públicos é um ponto médio de equilíbrio. Aborda de maneira abrangente temas de cooperação, comércio, meio ambiente, conflitos globais e outros.

 

 

De uma maneira geral, o encontro foi positivamente avaliado por governos progressistas latino-americanos. Os governos do Brasil, Cuba, Colômbia, Venezuela, para citar os mais notórios, se mostraram satisfeitos com o encontro.

 

 

Durante a cúpula manifestou-se o interesse em impulsionar o comércio e o investimento mútuos e encaminhar a solução dos problemas ambientais. Tanto na questão ambiental quanto no comércio, a despeito de algum progresso persistem as posições antagônicas devido a posições neoliberais e neocolonialistas das potências europeias. No fundo, permanecem em aberto questões ligadas às assimetrias históricas nos níveis de desenvolvimento econômico e social e as políticas protecionistas, inamovíveis do ponto de vista dos países ricos.

 

 

Coube ao chefe de governo do Estado espanhol verbalizar as posições dominantes da União Europeia quanto ao acordo com o Mercosul, em uma reunião à margem da Cúpula: “Depois de mais de 20 anos de negociações, acreditamos que agora temos uma janela de oportunidade para ratificá-lo [o acordo Mercosul-UE] no segundo semestre de 2023. Ele disse que as economias das duas regiões se complementam, com a UE oferecendo capital, tecnologia e know-how em troca da “energia, matérias-primas abundantes, sol, solo fértil e água” do Mercosul.

 

 

A explicitação de tais concepções deixa claro como é importante para as nações do chamado Sul Global se unirem para romper as cadeias do imperialismo e forjar uma nova era de cooperação, livre do neocolonialismo econômico e das ingerências políticas, provenientes das potências ocidentais.

 

 

Para os países latino-americanos e caribenhos a Cúpula com a União Europeia e outros mecanismos bilaterais e multilaterais servem para reafirmar a soberania nacional e buscar uma relação mais equitativa e justa. Os países latio-americanos têm uma história rica de luta pela independência e autodeterminação, e é chegada a hora de reafirmar esses valores fundamentais. Malgrado uma correlação de forças desfavorável e o momento complexo e turbulento pelo qual o mundo atravessa, vivemos a época da luta anti-imperialista e da emergência da multipolaridade. É essencial que nesse quadro a Celac defenda a autodeterminação dos países latino-americanos e caribenhos e rejeite qualquer forma de domínio externo. A soberania e a independência são direitos inalienáveis que devem ser preservados e respeitados.

 

 

Além disso, a cooperação Sul-Sul deve ser o cerne da agenda da Celac. É necessário que os países latino-americanos e caribenhos trabalhem em conjunto para fortalecer suas economias, promover o desenvolvimento sustentável e reduzir as desigualdades internas. A colaboração entre os países da região pode ser uma poderosa ferramenta para enfrentar os desafios comuns, como a pobreza, a desigualdade, as mudanças climáticas e as crises humanitárias.

 

 

Mecanismos como a Cúpula Celac-UE devem ser manejados pelos países latino-americanos e caribenhos para moldar uma nova era de relações internacionais baseadas na solidariedade, na cooperação e na não interferência nos assuntos internos dos Estados nacionais. Isto reforça a perspectiva anti-imperialista das forças progressistas da região e para soerguer um mundo mais justo, multipolar e solidário, onde as relações internacionais sejam baseadas no respeito mútuo e na cooperação igualitária entre nações.

 

 

Nesse sentido, vale destacar a posição firme contrária à tentativa de países imperialistas europeus de levar a Cúpula birregional a defender posições belicistas e se alinhar à perspectiva da Otan na guerra que as potências imperialistas ocidentais empreendem contra a Rússia, via o regime ucraniano de Vladimir Zelensky. Em destaque também a afirmação da soberania de países como Venezuela e Cuba. Foi inócua a tentativa de aproveitar a ocasião em que se reunia a Cúpula Celac-UE para isolar o governo bolivariano, que enfrenta severas sanções econômicas dos Estados Unidos. Quanto a Cuba, colheu importante vitória ao conseguir incluir na Declaração Conjunta um parágrafo que rejeita o bloqueio.

 

 

Paralelamente à Cúpula dos chefes de Esxtado e governo, reuniu-se a Cúpula dos Povos, cuja Declaração enfatiza que o encontro entre a Celac e a UE “é uma oportunidade de avançar na construção de um mundo multipolar, com relações e acordos multilaterais que permitem à Humanidade progredir em Paz em harmonia com a Mãe Terra. Para isso, um passo em frente no caminho para o estabelecimento de relações entre a Europa, América Latina e Caribe, para fortalecer uma relação e cooperação birregional, baseado no respeito mútuo e na reciprocidade, que coloca no centro das políticas público ao ser humano, sem interferência externa, rejeitando categoricamente qualquer ação política ou militar que pretenda interferir no normal desenvolvimento das instituições e normas constitucionais de qualquer dos Estados participantes da cúpula, portanto, condenamos as campanhas de mídia destinadas a desestabilizar os governos democraticamente eleitos pelos seus povos na América Latina e Caribe”.

 




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