O projeto das elites do atraso vive uma grande contradição interna. Suas duas partes não estão se entendendo. Sua cara-metade fascista está brigando com a outra cara-metade ultraliberal.
É assim o que significa o populismo fascista de Bolsonaro em romper com a camisa de força neoliberal do Teto de Gastos para adotar o auxílio emergencial de 400 reais, que ele pretende usar como uma espécie de “bolsa-voto” para 2022.
Mas não foi esse o acordo feito no segundo turno quando Bolsonaro disse que entregaria o comando total da economia para o indicado do mercado, Paulo Guedes.
Quando Bolsonaro enveredou pelo caminho de desrespeitar o Teto de Gastos para tentar criar desesperadamente uma barreira ao avanço eleitoral de Lula, seria de esperar essa crise que pode se agravar e reforçar a ideia do impeachment, ou pode ser acalmada por mais concessões ao mercado.
Essa última hipótese foi antecipada por Bolsonaro quando disse que o “mercado está nervosinho” e avisou novos aumentos nos preços dos combustíveis.
Esse episódio mostra que a grande burguesia como um todo, tanto a parte fascista quanto a da chamada terceira via, não tem nenhum projeto para o Brasil. Considerando apenas esses aumentos contínuos dos preços dos combustíveis, vemos que a grande burguesia age como verdadeiros saqueadores do povo e da riqueza da nação. Não tem absolutamente nenhum compromisso com os interesses nacionais para não dizer da esmagadora maioria dos cidadãos de nosso país.
Até mesmo o auxílio emergencial de 400 reais, se e quando for adotado, que pode aliviar um pouco o sofrimento do povo, representa apenas um copo d’água no deserto, não está integrado a nenhum projeto social global de enfrentamento à desigualdade social, como foi o Bolsa Família.
O Bolsa Família que Bolsonaro extinguiu era, nos governos do PT, tão somente o primeiro degrau de uma projeto social mais amplo, que incluía no programa condicionantes de saúde e educação e se articulava com a valorização anual do salário-mínimo, geração de empregos formais, qualificação profissional, moradia popular e política de quotas nas universidades públicas. Era parte de um conjunto de políticas sociais que permitia que o pobre comesse carne, viajasse de avião e comprasse carro.
Resumindo, o Brasil vive uma situação de terra arrasada e de retrocesso monumental para a época da primeira República (1889-1930) em que a oligarquia agrária era a dona única do país e este apenas exportava bens primários.
Dessa crise “dos de cima”, dos endinheirados, como se dizia antigamente, “os de baixo” não têm nada a ganhar, porque qualquer um que ganhe eles continuarão comendo pé de galinha e carcaça para não morrerem de fome.
Para garantir o auxílio emergencial de 400 reais (que Lula e o PT defendem 600 reais), Bolsonaro promete ao mercado continuar aumentando os já altos preços dos combustíveis, ou seja, vai elevar ainda mais a carestia que vai engolir os 400 reais do auxílio.
O único ganho político dessa crise interna das forças golpistas que derrubaram Dilma, que prenderam Lula e elegeram o fascista Bolsonaro, é o de tornar mais necessário o impeachment desse genocida.
(*) Por Val Carvalho – escritor e militante de esquerda
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