O Brasil foi ignorado nas três primeiras listas de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza. A ausência dos Estados Unidos na primeira relação estimulou a crença na isenção. A segunda lista, feita majoritariamente de americanos, acendeu uma vela para a suspeita de favorecimento. Na terceira, a nova profusão de americanos e a inclusão de cidadãos britânicos fizeram surgir em Brasília um sentimento novo.
Embora nenhuma autoridade admita publicamente, a frustração do governo brasileiro começa a ser substituída pela decepção provocada pela hipótese de que a demora pode ser motivada por uma retaliação de Israel. Nessa versão, a protelação seria um troco de Israel às posições exibidas pelo Brasil na vitrine do Conselho de Segurança da ONU.
Diz-se que o grupo do Brasil pode estar na lista deste sábado. Ou na de domingo. Quer dizer: intencional ou não, o suplício imposto aos brasileiros já se tornou agonizante. Quem espera na derradeira fila da repatriação precisa manter sempre ao alcance da mão, como um comprimido de Isordil, uma dose de ceticismo. Em Gaza, ninguém está livre do infarto, das bombas ou de sofrer as dores da decepção com a ausência de uma menção na lista.
A fé remove montanhas. Mas o chanceler brasileiro Mauro Vieira não hesita em continuar empurrando, enquanto os 34 nomes que o Itamaraty enviou às autoridades de Israel e do Egito rezam para que mísseis não lhes caiam sobre a cabeça. Na quinta-feira, em conversa telefônica com o chanceler egípcio Sameh Shoukry, Vieira rogou novamente pela liberação do grupo do Brasil.
No meio da semana, a representação diplomática de Brasília no Cairo havia recebido a sinalização de que a lista desta sexta-feira traria boas-novas. Era lorota. A despeito do esforço da diplomacia e do fervor dos que anseiam pela fuga, as montanhas permaneceram inamovíveis nas últimas 72 horas. Israel dá as cartas. O Egito apenas manuseia a chave do portal de Rafah, que faz fronteira com os bombardeios.
Já não há força no universo capaz de deter no primeiro escalão do governo Lula a maledicência segundo a qual o “fator revide” retarda a repatriação. A comprovação da suspeita tornou-se irrelevante. A essa altura, a rotina dos brasileiros retidos em Gaza virou uma calamidade em prestações.
Cada minuto a mais na zona de guerra é uma eternidade a menos na taxa de sanidade mental dos que esperam. Diz-se nos bastidores que o pavio de Lula ficou mais curto. Nada melhor do que a impotência para esticar o pavio. Resta a quem não dispõem da força lembrar que a diplomacia traz a maciez injetada no nome.
(*) Por Josias de Souza, UOL
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