CPI alavanca desinformação e discurso de criminalização contra MST nas redes
por Brasil de Fato/Lupa em
Levantamento feito pela Lupa mostra que houve um aumento em publicações no Facebook sobre o MST com o início da CPI, sendo muito conteúdo desinformativo
A abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Câmara dos Deputados inflamou discussões nas redes sociais a favor e contra o movimento. Um levantamento feito pela Lupa a partir da ferramenta CrowdTangle mostra que houve um aumento no número de publicações no Facebook sobre o MST com o início dos trabalhos da CPI — muitas delas com conteúdo desinformativo.
Os dados mostram também que a comissão mobilizou uma disputa de narrativas no Facebook entre representantes do PT e do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Do lado do governo, os discursos ressaltaram a legitimidade do movimento, enquanto opositores tentaram criminalizá-lo.
A partir do dia de instalação da CPI até o dia 1º junho, os parlamentares que dominaram o debate foram os deputados Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), Capitão Alden (PL-BA), Carol de Toni (PL-SC) e Gleisi Hoffmann (PT-PR). Suas publicações são apontadas no Crowdtangle como as que tiveram mais interações entre os perfis que citaram a CPI no Facebook.
Houve ainda parlamentares, como a deputada estadual do Rio Grande do Sul Luciana Genro (PSOL-RS) e a vereadora de Campinas (SP) Mariana Conti (PSOL-SP), que publicaram posts que somam mais de 370 mil visualizações. Elas repercutiram os episódios em que a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) teve seu microfone cortado pelo presidente e pelo relator da comissão. A deputada foi interrompida em, ao menos, três ocasiões na CPI.
CPI do MST domina debate nas redes
Outro levantamento, produzido pela Escola de Comunicação, Mídia e Informação da FGV, em parceria com a Lupa, mostra que a CPI do MST gerou um volume maior de publicações de parlamentares em comparação com outras comissões, como a dos atos golpistas de 8 de janeiro. No período de 13 a 23 de maio, houve um total de 147 posts publicados por parlamentares na rede, com destaque para a base do PL, com 39 publicações, seguido pelo PT, com 32.
O levantamento também aponta o número de discussões sobre a CPI do MST em outras redes sociais. No Twitter, a CPMI do 8 de Janeiro e a CPI do MST motivaram as discussões mais volumosas em relação às comissões parlamentares em andamento. Já no Telegram, o principal debate girou em torno de supostos crimes atribuídos ao MST, como o de um veículo apreendido com munições no Maranhão que seria de integrantes do movimento. Essa informação, no entanto, foi desmentida pela Lupa.
Também circulou a informação, também falsa, de que o MST foi responsável pela morte de 17 bois em uma fazenda em Santa Catarina. Na madrugada do dia 18 de abril, criminosos tentaram roubar o gado em uma fazenda localizada no município de Conde (BA). A Polícia Civil do estado informou, em nota enviada por e-mail à Lupa, que dois suspeitos foram localizados e que não há indícios do envolvimento de integrantes do MST na ação.
Nota: Este conteúdo faz parte do projeto Mídia e Democracia, produzido pela Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio Vargas (FGV ECMI) em parceria com a Lupa. A iniciativa é financiada pela União Europeia.
Do Brasil de Fato
Por Catiane Pereira/Rio de Janeiro – RJ. Da Lupa. Editado por Bruno Nomura e Ítalo Rômany
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