Sessenta e três congressistas dos Estados Unidos da América (EUA) pediram ao presidente Joe Biden para retirar a oferta ao Brasil de se tornar um parceiro global da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan. A informação é da BBC News Brasil.
Em agosto de 2019, o então presidente norte-americano, Donald Trump, designou o Brasil como aliado militar preferencial extra-Otan, status que poderia facilitar a compra de tecnologia militar e armamentos dos Estados Unidos. A Argentina já havia recebido a mesma designação.
A Otan é uma aliança político-militar formada por Estados Unidos, Canadá e países europeus para defesa coletiva dos Estados-membros. A organização nasceu em 1949, no início da Guerra Fria, e conta atualmente com 29 integrantes.
“Precisamos rever isso para assegurar que não estamos fortalecendo um Exército que pode ser usado para um golpe de Estado”, afirmou à BBC o congressista Hank Johnson, autor do documento encaminhado à Casa Branca. Ele disse à emissora que “Bolsonaro já demonstrou que está organizando as condições para um golpe militar, um cenário alarmante para o Brasil, e nosso país não pode contribuir com isso”.
A carta endereçada a Biden contou com o endosso de mais de um quarto dos deputados democratas. Eles destacam que “Bolsonaro trouxe mais oficiais militares para sua administração do que qualquer outro presidente desde que a democracia no Brasil foi restabelecida, criando conflitos entre instituições governamentais e as forças armadas”.
Os parlamentares também pedem que Biden reveja a oferta feita pelo Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidas para que o Brasil se torne um parceiro global da Otan. Assim, demandam “o cancelamento da designação do aliado militar extra-Otan, a retirada da oferta feita ao Brasil para se tornar um parceiro da Otan e outras formas de cooperação nociva estabelecidas durante o período Trump-Bolsonaro”.