Governador recomendou que municípios com “maior gravidade do vírus”, também adotem o isolamento social rígido
A capital do Ceará, Fortaleza, entrará em lockdown (Isolamento Social Rígido), a partir desta sexta-feira (05), até o dia 18, na tentativa de reverter o crescimento do Coronavírus (Civid-19) e suas variantes no Estado.
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), adotou lockdown, atendendo decisão do Comitê – que analisa a situação da pandemia e delibera sobre decretos estaduais – e com base em conversas que manteve com profissionais de saúde do Estado e do município, pesquisadores de universidades, representantes de poderes constituídos e setores produtivos do Estado.
“A situação é muito greve, todos acompanham não só no Ceará, mas, no Brasil inteiro, com recorde de mortes. Essa nova variante do vírus é mais forte, mais contagiosa, mais agressiva e se propaga rapidamente. Portanto, esse é um cenário muito preocupante, gravíssimo’, alertou o governador.
O Decreto nº 33.965, que determina a medida restritiva, foi publicado na edição desta quinta-feira (04), do Diário Oficial do Estado do Ceará, com proibição de circulação, podendo funcionar, apenas atividades econômicas essenciais.
“_Sabemos que não é uma decisão fácil. Sei o que isso afeta a economia do Estado. Vocês sabem que, nos últimos seis anos, o que eu mais lutei foi para que a economia do Estado crescesse, gerasse emprego. Mas, neste momento, a única forma que nós temos – até vacinar a população e proteger você que está em casa, você que está no seu trabalho, é o isolamento social rígido, evitando aglomeração, garantindo o distanciamento social e a obrigatoriedade do uso da máscara”, reforçou o governador.
Camilo explicou que Fortaleza é o alvo desse decreto, porque, neste momento, tem sido o epicentro da pandemia. Mas, recomendou os gestores públicos de municípios com “maior gravidade do vírus”, que também adotem o isolamento social rígido.
“_ A responsabilidade nos impõe isso. Se trabalharmos todos juntos, governo e prefeitura, venceremos esta batalha”, afirmou o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), esclarecendo que o lockdown é uma decisão compartilhada entre o corpo técnico do Estado e da prefeitura, que acompanha diariamente os postos de saúde e os hospitais públicos e privados da capital.
José Sarto disse que a prefeitura já conseguiu aumentar a capacidade de leitos, em número superior ao que foi necessário na pandemia no pico passado. “Lamentavelmente, o número de pacientes com Covid que entram em UPA´s, já ultrapassou o pico de meses anteriores em 2020. Portanto, todas estas medidas, de ampliação de leitos, de UTI´s, de equipes plurais não têm atendido à demanda crescente da circulação viral”, lamentou.
Ampliação da rede
De acordo com Camilo Santana, desde o início da pandemia, o governo tem procurado ampliar a rede de assistência em todos os municípios. Disse que, no final do ano passado, o Estado dispunha de 200 leitos de UTI ocupados com pessoas com Covid. Disse que, no final da semana, eram 824 e que agora, já são 903 leitos, só nos hospitais públicos do Estado, fora os da prefeitura de Fortaleza. Acentuou que em todo o Estado, já são 2.326 leitos de enfermaria, somando quase 3.300 leitos de Covid, quase todos lotados. “Isso significa dizer que a quantidade de leitos que estamos abrindo, não tem sido suficiente diante da velocidade de propagação do vírus e da necessidade de internar os casos mais graves – que precisam de um leito de UTI ou de enfermaria”, declamou o governador.
O secretário da Saúde do Estado, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Dr. Cabeto), defendeu a nova medida restritiva, para reduzir a transmissão viral e a mutação. Disse, também, que o lockdown atendia a um apelo dos profissionais de saúde, “que estão nos pedindo ajuda para poder atender à população”.
Elogiando o esforço dos profissionais da saúde, o governador pediu a união de todos para que o Estado supere este situação difícil, “deixando as divergências ideológicas de lado”, desta feita, fazendo “as recomendações que os especialistas e a ciência recomendam”, concluiu.