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Com 67.723 mortes em 24 dias, abril se tornou o mês mais letal da pandemia

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Alberto del Campo, antropólogo da Universidade Pablo de Olavide, em Sevilha, Espanha, qualifica a situação como “morte higiênica” e que isso não é uma estratégia inocente, como tampouco é inocente a forma como o poder tenta camuflar a calamidade da pandemia

 

 

Em 24 dias, foram registradas 67.723 mortes, ultrapassando as 66.868 no mês passado. País contabiliza 14.307.412 casos de contaminação confirmados e 389.609 óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia, segundo balanço do consórcio de veículos de imprensa.

 

Somente em 24 dias, foram registrados 17% dos quase 390 mil óbitos por Covid-19 no País. Além disso, abril é o quinto mês consecutivo em que o número de óbitos superou o do mês anterior.

 

Somente neste sábado (24), o país registrou 2.986 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas e totalizou 389.609 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 2.531. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -19%, indicando tendência de queda nos óbitos decorrentes da doença.

 

O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) informa que, nas últimas 24 horas deste sábado (24/4), 3.076 pessoas morreram de Covid-19, resultando em um total de 389.492 mortes desde o início da pandemia. Também houve 71.137 registros de novos contaminados confirmados nas últimas 24h, o que totaliza 14.308.215, segundo as contadas do Conass.

 

O conselho indica também que a taxa de letalidade está em 2,7%; a taxa de mortalidade está em 185,3 (100 mil hab.); e a taxa de incidência está em 6.808,7 (100 mil hab.). No seus gráficos, o Conass aponta que a curva de óbitos e casos acumulados continua crescendo.

 

Morte “higiênica” e “escondida” por Covid-19 agrava a pandemia

 

Uma matéria do El País, deste sábado (24), sobre o livro Pensar la pandemia, do antropólogo Alberto del Campo, da Universidade de Pablo de Olavide, em Sevilha, analisa a situação dos mortos por Covid-19, dizendo que se tornaram um número a mais e que suas cifras, sem imagens e sem referências biográficas, acompanham, diariamente, as de contagiados, hospitalizados, internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e vacinados.

 

Na matéria, o jornal diz que essa situação é qualificada pelo antropólogo Alberto del Campo como “morte higiênica” e que, dentre outras coisas, “esconde o terror e o sofrimento dos que morreram sozinhos”, segundo ele.

 

“Mas essas mortes têm consequências que vão além dela própria. Dois estudos diferentes, um da Universidade de Cambridge (Reino Unido) e outro da Estadual da Pensilvânia (EUA), concordam em calcular que, de cada paciente morto por Covid-19, há um impacto direto sobre nove parentes próximos (avós, pais, irmãos, cônjuges e filhos), que são parte de uma crise sanitária, social e econômica mais ampla do que a atribuída, diretamente, ao coronavírus”, afirma o jornal.

 

 

O periódico informa que o estudo norte-americano, publicado na revista PNAS, informa que “poderiam conduzir, indiretamente, a uma maior mortalidade devido a causas não relacionadas com a pandemia: agravamento de condições crônicas não tratadas, abuso de álcool, autolesão, violência doméstica e outros fatores”.

 

E completa: “Para o antropólogo sevilhano, ‘a higienização da morte’ não é uma estratégia inocente, como tampouco é inocente a forma como o poder tenta camuflar a calamidade da pandemia, como se de uma catástrofe natural se tratasse. Se for apresentada como inevitável, então não há responsáveis”, diz. Confira aqui matéria completa do El País

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