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Carta aberta a um companheiro do CDR-Internacionalista

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A propósito do anúncio, nesta sexta-feira, 8, da pré-candidatura de Geraldo Alckmin a vice de Lula na chapa à presidente da República, divulgamos a seguir Carta Aberta elaborada a partir de debate entre companheiros do Comitê de Defesa da Revolução Cubana-Internacionalista (CDR-I), filiado à Central de Movimentos Populares, abrangendo as inquietudes e preocupações com a conjuntura pré-eleitoral no que diz respeito à amplitude de alianças do campo democrático e antifascista e ao protagonismo popular necessário em um processo cheio de contradições e limites para esta intervenção. Eleições que ocorrem em um momento histórico de crise do sistema capitalista, escancarada com os efeitos da pandemia de Covid-19, e de ponto de inflexão na correlação de forças mundial, de “perda da hegemonia imperialista”, evidenciado pela ação político-militar da Federação Russa contra a OTAN e o neonazismo na Ucrânia.

 

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Querido companheiro,

 

 

Totalmente compreensível a inquietação frente a esta conjuntura que contém elementos predominantemente contraditórios, eis que o recorte do processo “desigual e combinado” aparece, na forma, muito mais desigual do que combinado, ou seja: tudo de progresso que a humanidade conquista (na ciência, na cultura, na política etc) vem incidindo menos na conjuntura…, onde os elementos de atraso (político, social, econômico, cultural etc.) tem sobressaído bem mais (neofascismo, negacionismo, fome, miséria, xenofobia, belicismo, intolerância etc.).

 

 

E esse progresso “desigual e combinado”, não-linear, incide obviamente dentro dos nossos próprios instrumentos de classe, incluindo seus dirigentes. Falta uma Internacional Comunista de Massas para integrar, de forma combinada, todo o processo mundial de luta de classes!!, nivelando-o pelo que há de mais avançado nas lutas antimperialistas e anticapitalistas do mundo.

 

 

Alckmin vice de Lula: se o vice não fosse Alckmin, seria outro ou outra que representasse uma aliança com setores da burguesia (também chamada “burguesia nacional”). Só há dois métodos vigentes no mundo hoje para derrotar o neofascismo: ou com tanques e aviões de guerra, como a Federação Russa está operando na Ucrânia (como também fez na Síria contra o ISIS, o chamado “Estado Islâmico”), ou no voto, como está colocado na atual conjuntura da maioria dos países. Não damos conta de ganhar a eleição só com os votos de quem tradicionalmente vota na esquerda. Temos que ampliar…

 

 

 

Derrotando os neofascistas daqui de Pindorama, os desafios continuarão agigantados, embora em um outro patamar…, porque o trabalho de base, de disputa da hegemonia das ideias socialistas e revolucionarias na sociedade vai precisar ser intensificado, em qualidade e quantidade. Quando do golpe contra Dilma, ficou claro a debilidade do “trabalho de base” articulado entre políticas públicas, partido, sindicatos e movimentos populares. E o golpe abriu a porta para o aparecimento de um Bolsonaro e sua malta de criminosos.

 

 

Por fim, companheiro, é importante registrar o seguinte:

 

 

– A título de exemplo: a tática da guerrilha, do Exército Rebelde, que funcionou na Revolução Cubana a despeito do ceticismo de tantas correntes políticas da época (stalinistas, maoístas e até de correntes trotskistas “europeias”), só foi bem-sucedida porque o Movimento 26 de Julho era bem amplo, abrigando correntes nacionalistas e democrático burguesas. Não era tudo guevarista no M-26! Depois sim, houve uma depuração…à direita e à esquerda (neste último caso, em prejuízo do guevarismo que crescia na Ilha até 1965).

 

 

– Não é mesma coisa “Alckmin no PSDB” e “Alckmin no PSB”. O PSDB surgiu como “esquerda do MDB” e depois virou instrumento da burguesia financeira e parasitária SP. Já o PSB representa mais as camadas médias urbanas, nas regiões metropolitanas e também cidades menores. O PSB não tem a mesma pegada “popular e operária” do PT, mas é um partido aliado, com todas as suas contradições internas e diferenças regionais. Aqui em Brasília o PSB é bem mais atrasado do que a média nacional, controlado que é, há 30 anos, por um ex-deputado que está muito longe de ser um “socialista”.

 

 

Finalmente, é preciso entender que o CDR-Internacionalista é um instrumento de promoção da solidariedade à Cuba. Não é exatamente uma “corrente política específica”. Podemos ser considerados uma “corrente política antimperialista” (num conceito mais geral).

 

 

Com a polarização de classes vigente na conjuntura brasileira, temos que fechar com Lula para podermos enfrentar outros desafios: esmagar o neofascismo (que passa por derrotá-los nas urnas) e contribuir para avançar na superação das mazelas do capitalismo em nosso país.

 

 

 

Nesse curso de avanços e conquistas políticas de classe, alguns aliados certamente ficarão para trás … Mas o importante é estarmos juntos da massa da população da cidade e do campo, incluindo a juventude operária-estudantil-camponesa, organizando-a em seus instrumentos de luta: partido, federação partidária, sindicatos e movimentos populares. Saudações cederistas e socialistas! Sempre com Cuba Socialista!

 

(*) Por Afonso Magalhães, coordenador do Comitê de Defesa da Revolução Cubana-Internacionalista (CDR-I) e presidente do PT Guará.




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