Preocupado com os juros abusivos praticados por outros bancos e com o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico nacional, o imperador Dom Pedro II fundou a Caixa Econômica Social, em 12 de janeiro de 1861, com o nome de Caixa Econômica e Monte de Socorro. Seu propósito era incentivar a poupança e conceder empréstimos sob penhor, com a garantia do governo imperial.
Um século e meio depois, a principal instituição financeira pública e 100% estatal do povo brasileiro corre o risco de ser fatiada e entregue às garras da iniciativa privada, como denunciaram dirigentes do SindBancários e de outras entidades sindicais, na manhã desta quarta-feira (12), durante ato em comemoração sos 161 anos do banco, no centro histórico de Porto Alegre.
“São 161 anos em que a Caixa trabalha em prol de uma economia com sistema de distribuição de renda e de serviços sociais igualitários para a população. Seja na época do império, da ditadura militar ou de governos democráticos, a Caixa sempre foi utilizada como um instrumento fundamental de promoção de políticas públicas e assim deve continuar, sempre de mãos dadas com o povo e nunca a serviço dos rentistas”, destacou o presidente do SindBancários, Luciano Fetzner, ao se dirigir aos transeuntes que circulavam pelas imediações do Edifício Querência, em frente à Praça da Alfândega, no centro da Capital gaúcha.
Durante ato, que contou com bolo cenográfico, balões e artistas circenses contando piadas e brincando com o povo que passava pelo local, diversos representantes de entidades parceiras, como a CUT-RS, Sindipetro RS e CTB expressaram sua solidariedade com o momento que a Caixa vive.
“A Caixa Econômica Federal é um patrimônio público, assim como a Petrobrás e o Banco do Brasil. Ela sempre esteve ao lado do povo mais pobre e por isso estamos aqui para dizer que ela é do Brasil, do conjunto da sociedade. Não deixaremos que a sucateiem”, avaliou Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, que fez questão de comparecer à festividade.
O evento foi transmitido ao vivo pelo Facebook do sindicato.
Caixa: um instrumento para reconstrução do Brasil no Pós-pandemia
Para Luciano Fetzner, os bancos públicos têm um papel fundamental em todas as crises e diante do avanço da nova variante do Coronavírus, a ômicron, não deve ser diferente.
“Instituições financeiras públicas sempre são as grandes ferramentas de reconstrução nacional, passadas as crises. Não é por outro motivo que Espanha, França e Alemanha estão reestatizando bancos que foram privatizados pelo neoliberalismo”, conclui Fetzner, ao destacar um dos motivos pela qual a Caixa deve permanecer pública e social.
O vice-presidente da CUT-RS e ex-presidente do SindBancários, Everton Gimenis, diz que o momento não é só de comemorar, mas também de lutar e defender o patrimônio público nacional.
“A Caixa Econômica Federal é responsável por todos os programas sociais do governo, desde o saneamento básico, Bolsa-Família, Auxílio-emergencial, PIS, Minha Casa, Minha Vida; todos com objetivo de reduzir a desigualdade social brutal que temos em nosso país”, destaca.
Para ele, o momento é de denunciar o governo genocida de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes.
“O governo Federal está entregando pedaços do único banco 100% estatal do país para o sistema financeiro privado, que é quem banca este Estado neoliberal de extrema-direita. Não vamos permitir que isso aconteça, pois não serão nem o Santander ou o Itaú que farão a gestão dos programas sociais; a eles só importa o lucro”, protestou Gimenis.
Campanha Nacional alerta para desmonte do patrimônio Público
Durante o ato, o SindBancários, em conjunto com Fenae, Fetrafi-RS e Contraf-CUT, aproveitaram para lançar a campanha “Caixa Social é Caixa Pública”, uma resposta do movimento sindical às ameaças que a empresa vem sofrendo.
“Com esta campanha queremos denunciar o que estão fazendo com o banco social do povo brasileiro. O que Bolsonaro e seus capangas querem é colocar um banco que historicamente tem compromisso com os mais pobres de joelhos para a elite nacional e internacional. Se depender das pessoas que estão aqui e, tenho certeza, dos cidadãos da nossa nação, isso será evitado”, destacou Tiago Pedroso Vasconcellos, diretor Financeiro do Sindicato dos Bancários, que na ocasião vestia a camiseta alusiva à campanha.
Presente no ato, a diretora de Saúde e Relações de Trabalho da Associação dos Empregados da Caixa (Apcef), Michele Venzo, também criticou o desmonte que o banco enfrenta e, em nome dos trabalhadores e servidores da empresa, disse o que eles esperam para o futuro.
“Estão fazendo o fatiamento aos poucos, de forma que o povo não perceba. Querem que, no futuro, a Caixa dê lucro para acionistas e deixe de lado seu papel social. Mas o que queremos para os próximos anos é que o nosso banco continue a atender à população com financiamentos habitacionais, crédito estudantil e outras políticas afirmativas”, destacou Michele. “Este governo vai passar e a Caixa vai voltar a ser do povo e para o povo”, completou.
Festa para os trabalhadores também!
A diretora de Financeiras e Terceirizadas do SindBancários e funcionária da Caixa, Caroline Heidner, também marcou presença na festividade e celebrou não a entidade, enquanto figura abstrata, mas do que a Caixa realmente é feita: seus trabalhadores.
“Estamos aqui para celebrar também a sociedade brasileira e os trabalhadores da Caixa, servidores que, apesar de metas abusivas, do perigo da Covid-19 e de assédio moral, lutam todos os dias para fazer deste banco um exemplo de compromisso com o desenvolvimento econômico e social. Parabéns, este dia também é de vocês”, comemorou a dirigente sindical.
Saúde Caixa
Ao mesmo tempo em que a festividade acontecia em Porto Alegre, o presidente da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, terminava de recolher mais de 24 mil assinaturas contra as alterações no Saúde Caixa, plano que atende aos funcionários do banco e que, por determinação do governo, sofreu alterações, colocando em risco conquistas históricas dos trabalhadores.
Parabéns para a Caixa com toda a segurança
Dezenas de pessoas, com todos os cuidados sanitários, cantaram parabéns e celebraram a história de uma empresa criada e devotada ao Brasil.
Confira outros depoimentos:
“A Caixa faz parte da história do povo brasileiro e tem larga atuação para o crescimento econômico e social do Brasil. Hoje ela sofre risco de privatização e de cair nas mãos de investidores estrangeiros que chegam ao país, não só para espoliá-lo, mas principalmente para tirar todo proveito das economias do povo brasileiro. São verdadeiros sangue-sugas que se valem da força de trabalho dos brasileiros e brasileiras para levar nossas riquezas para o estrangeiro” – Jailson Prodes 3º secretário-executivo do SindBancários
“São 161 anos de um banco que precisa continuar público e social, por isso deste ato, desta festividade. Contamos com a participação de todos e todas para que o nosso banco social não seja entregue aos abutres do mercado financeiro, que colocam o lucro acima dos interesses da população, como habitação e saneamento” – Guaracy Padilla, diretor de Cultura e Sustentabilidade
Texto: Marcus Perez com edição de Manoela Frade
Fotos: Marcus Perez e Carol Lima (CUT-RS)
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