Com base nos números do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), só faltam 1.501 óbitos para o Brasil registrar, oficialmente, meio milhão de mortes por Covid-19 em apenas 1 ano 3 meses. Uma verdadeira mortandade desnecessária e quinhentas mil famílias destroçadas.
Lembrando que os números são subnotificados, há quem assegure, nos meios científicos, que o País já ultrapassou há tempos as quinhentas mil mortes. No entanto, Segundo o Conass, o Brasil atingiu, nesta sexta-feira (18), o total de 498.499 mortes e 17.80.462 casos confirmados de infecção por Covid-19 nesses 15 meses após registrar 2.495 óbitos e 98.832 novos casos da doença.
Trata-se do segundo maior número de contaminações diárias desde o início da pandemia. O dia com mais registros foi 25 de março, com 100.158 casos. Clique aqui e confira os números.
Já a contagem do consórcio de veículos de imprensa, o País contabiliza 498.621 óbitos e 17.802.176 novos casos de infecção pelo novo coronavírus. Também informa que a média móvel de mortes ficou acima de 2 mil pelo terceiro dia seguido.
Os números confirmam a previsão dos institutos de pesquisa científicas nacionais e estrangeiros ainda em fevereiro, quando avisaram que, se o governo Jair Bolsonaro (ex-PSL) não tomasse providências para combater a pandemia, o País ia chegar os meados de junho com meio milhão de mortos pela Covid-19, a maioria evitáveis.
Em vez disso, Bolsonaro continua receitando tratamento precoce, vendendo cloroquina para a indústria farmacêutica e estimulando mais mortes ao falar contra o uso de máscaras e distanciamento social.
“É com muita tristeza que a OMS vê o Brasil atingir esses números de óbitos e de pessoas afetadas por enquanto pela Covid-19”, disse nesta sexta (18) a diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde, Mariângela Simão.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prepara um parecer para desobrigar o uso de máscara por quem já foi vacinado contra a Covid ou quem já se infectou com o coronavírus.
Simão reafirmou que, mesmo com o progresso da vacinação, todas as medidas básicas de prevenção devem continuar em uso: além da máscara, distanciamento social, higiene das mãos, ventilação dos ambientes e cuidados ao espirrar o tossir.
Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz
O Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado na quinta-feira (17/6), aponta para um quadro crítico de aumento do número de mortes na pandemia do novo coronavírus no Brasil, que se aproxima de meio milhão de mortes.
Segundo a Fiocruz esse número mostra a que o País continua com quadro bastante crítico. “Nas semanas epidemiológicas 22 e 23 de 2021 (30 de maio a 12 de junho), houve um pequeno crescimento das taxas de incidência (casos novos) e de mortalidade no Brasil, com a manutenção de um platô elevado de transmissão da Covid-19. Os pesquisadores alertam que, com a entrada do inverno, há possibilidade de agravamento da pandemia no País nas próximas semanas”, diz o informativo.
A Fiocruz também mostra que as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) é muito preocupante. “Dezoito estados e o Distrito Federal apresentam taxas de ocupação de pelo menos 80%, sendo que em oito deles as taxas de ocupação são iguais ou superiores a 90%. Em relação às capitais, 16 delas estão com taxas de ocupação de pelo menos 80% e 9 com taxas iguais ou superiores a 90%”.
A análise da fundação também mostra que a tendência do rejuvenescimento da pandemia se mantém. “A Semana Epidemiológica 22 (SE 22) apresenta idade média dos casos internados de 52,5 anos versus idade média de 62,3 anos na SE 1. A mediana de idade nas internações − ou seja, a idade que delimita a concentração de 50% dos casos − foi de 66 anos na SE 1 e 52 anos na SE 22. Para óbitos, os valores médios foram 71,4 anos (SE 1) e 61,2 anos (SE 22). Valores de mediana de óbitos foram, respectivamente, 73 e 59 anos”.
E aconselha: “Possivelmente o cenário atual de rejuvenescimento prosseguirá e poderá perpetuar um cenário obscuro de óbitos altos até que este grupo etário esteja devidamente coberto pela vacina. O padrão de transmissão do Sars-CoV-2 no país ainda é extremamente crítico”, afirmam os pesquisadores.
Segundo eles, é essencial continuar reforçando a necessidade do uso de máscaras e manter distanciamento físico e social, sempre que possível. “Somente desta forma haverá como conter a disseminação do vírus, enquanto o país não consegue avançar na cobertura vacinal adequada nas faixas etárias mais jovens”.