Causam espanto e horror – assim como cenas de filmes antigos com discursos de Hitler, por exemplo – as falas, expressões e gargalhadas de Bolsonaro reunidas em poucos minutos num dos mais recentes vídeos do horário gratuito da TV – vídeo da campanha de Lula voltado para um rápido retrospecto da carreira de Bolsonaro e apresentado com o título “O Brasil não merece um Presidente assim”.
É especialmente assustadora a gargalhada de Bolsonaro debochando da Covid, para ele uma gripezinha de nada, num momento em que as muitas mortes diárias, e com pacientes sem oxigênio em Manaus, já ocorriam em escala que acabaria por acumular mais de 600 mil, quase 700 mil mortos.
Assustadora e sinistra, era uma gargalhada também canalha, a mostrar o desprezo de Bolsonaro por qualquer vida humana que não seja a sua e a dos integrantes de seu círculo mais imediato e obediente de convivência – desprezo extensivo a ex-colaboradores com os quais se indispôs, como o ex-Ministro da Saúde Luís Henrique Mandetta, demitido porque começou a adquirir credibilidade na fase inicial da pandemia da Covid pelas explicações que dava na TV diariamente.
O vídeo mostra igualmente Bolsonaro agredindo mulheres com expressões que não ousa usar contra desafetos homens e uma enfiada de manifestações de ódio a qualquer pretexto, desde o início de sua vida política. São imagens que resumem uma carreira de mais de trinta anos de mandatos legislativos e de um mandato presidencial que no futuro vai ficar como exemplo de um período de loucura política vivido pelo Brasil.
De imediato, porém, condutas como essas de Bolsonaro ora se reproduzem, protagonizadas pelo exibicionismo de valentões contagiados por ele, ora produzem tragédias como as mortes registradas nas campanha presidenciais deste ano e de 2018.
Entre os casos de exibicionismo criminoso, basta registrar dois dos mais recentes, o do casal que se fez fotografar portando armas pesadas diante de um alvo com a imagem de Lula e o do cidadão que agrediu um pesquisador do Datafolha, exigindo ser entrevistado por ele.
Entre as tragédias de responsabilidade política e moral de Bolsonaro, registre-se o recente caso de Macapá, no Amapá, de um pai irresponsável que se preparava para ir a um clube de tiro, afastou-se do cofre já aberto do qual retiraria a pistola já carregada e foi surpreendido pelo filho de 3 anos, que pegou a arma e atirou no rosto do irmão gêmeo, ferindo-o gravemente.
Antes do governo Bolsonaro já existiam clubes de tiro, mas agora as armas e eles são símbolos de status para uma minoria dentro da minoria bolsonarista do país, minoria que a Justiça Eleitoral considera potencialmente perigosa, a ponto de cogitar da proibição de funcionamento de seus clubes no dia da eleição.
Ao mesmo tempo as pesquisas registram a existência de um número significativo de eleitores que têm medo de agressões por motivo de preferência política e ainda não decidiram se vão votar ou não. No UOL, o colunista José Roberto de Toledo chegou a escrever:
– A violência e o medo estão aumentando [contra e entre apoiadores do PT]. Essa é a tática do bolsonarismo: “Vamos criar um clima de medo para ver se as pessoas não vão votar.” Quanto maior for o comparecimento, maior a chance do Lula levar no primeiro turno.
Coincidência ou não, vereador Chico Alencar, do PSOL e eleitor de Lula, foi ameaçado de morte, o que não acontecia pela primeira vez. A ameaça pode ter tido uma razão a mais, o fato de Chico ter sido o relator da cassação do mandato do vereador bolsonarista Gabriel Monteiro, bolsonarista e acusado de graves crimes sexuais.
Inspirados nas caras e bocas de Bolsonaro, multiplicam-se os casos que ora ficam no exibicionismo, ora nas ameaças, mas podem também produzir fatos consumados como o triste episódio do Amapá.
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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