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Artigo | Lula rompe com ajuste fiscal neoliberal e busca parceiros internacionais para tocar o PAC desenvolvimentista

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O presidente Lula, em entrevista coletiva, nesta sexta-feira, deu guinada no seu governo, para fugir da armadilha neoliberal que não o deixa governar.

 

 

O titular do Planalto, embora com toda a paciência do mundo para negociar com a direita conservadora do Centrão, não acredita na possibilidade de o Congresso aprovar medidas contra a burguesia financeira para elevar a arrecadação.

 

 

á sendo demonstrado por resistência nesse sentido no processo de discussão da reforma tributária.

 

 

As dificuldades que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está tendo para acabar com subvenções fiscais, de modo a ter mais dinheiro em caixa para pagar juros e amortizações da dívida, conforme perfil do ajuste fiscal exigido pela banca, confirmam as razões de Lula.

 

 

No fundo, ele sabe que a elite financeira quer fazer reformas sem enfiar a mão no bolso.

 

 

Prega, apenas, contenção crescente dos gastos do governo nos setores não-financeiros, como educação, saúde e administração, com o argumento de que esse é o caminho do desenvolvimento sustentável, bancado por investimentos privados e não públicos.

 

 

Pura ilusão na qual Lula, nem ninguém, acredita, e, certamente, nem o ministro Haddad.

 

 

Consciente do cerco neoliberal em que se encontra o qual inviabiliza a construção do PAC desenvolvimentista, o presidente chutou o pau da barraca.

 

 

Mandou às favas a fantasia do déficit zero, que não passa de armadilha do neoliberalismo(tripé do câmbio flutuante, superávit primário e metas inflacionárias).

 

 

A realidade tem, sistematicamente, desmentido o jogo neoliberal, jamais cumprido por qualquer governo brasileiro – à esquerda e à direita –, dada irrealidade que representa no contexto de país que necessita de investimentos nos setores não-financeiros, sob pena de eternizar-se no subdesenvolvimento.

 

 

GOLPE PRÉ-ANUNCIADO

 

 

A direita insiste, no parlamento, em anular Lula, simplesmente, porque ele quer dar continuidade ao histórico desenvolvimentismo que inicia com Getúlio Vargas, segue com JK e avança, depois do golpe de 1964, com os militares, especialmente, com Geisel.

 

 

A estratégia desenvolvimentista, invariavelmente, é ancorada na força das estatais nacionalistas, como Petrobrás e Eletrobras, para realizar os investimentos em infraestrutura.

 

 

Como ambas as empresas, principais ativos nacionais, dispõem de crédito na praça global, a juros baratos, não faltam credores para emprestar.

 

 

Por essa razão, a direita tomou o poder com o golpe de 2016 e privatizou a gestão da Petrobras e liquidou a Eletrobrás.

 

 

Desde então, a Petrobras, sob gestão neoliberal, de posse da maior reserva de petróleo do mundo, o pré sal, mudou sua estratégia nacionalista militar-getulista-lulista, para priorizar privatização de ativos – refinarias – e política preços antinacional, seguindo cotações internacionais do petróleo.

 

 

Desprezou o fator mais importante conquistado pela empresa sob orientação nacionalista: utilizar as vantagens comparativas que possui para ganhar mais e mais competitividade capaz de, simultaneamente, investir e cobrar preços baixos pelos derivados de petróleo, favorecendo o consumidor.

 

 

Atualmente, sob domínio neoliberal, com o governo marginalizado no comando da administração da petroleira, por orientação multinacional, a Petrobrás reduz investimentos e prioriza, substancialmente, distribuição de dividendos a uma minoria de acionistas.

 

 

De pujante empresa nacional capitaneadora da industrialização nacional, debaixo das ordens neoliberais, a Petrobrás transformou-se, preferencialmente, em exportadora de petróleo cru, enquanto explora o consumidor nacional.

 

 

Inverteram-se os papéis: em vez de combater a colonização, transformou-se em colonizadora, sob as ordens alienígenas dadas pelas petroleiras internacionais que, com o capital financeiro, dá as cartas no maior patrimônio nacional.

 

 

FREIO AO DESENVOLVIMENTISMO LULISTA

 

 

Nesse cenário, a orientação antinacional da maior empresa nacional não deixa Lula avançar, como gostaria, com o PAC desenvolvimentista que prometeu em campanha eleitoral.

 

 

Consciente de que sob a armadilha neoliberal, imposta pelo mercado financeiro, que dá as cartas na administração da Petrobrás, não poderá alcançar segundo mandato em 2026, Lula, antecipadamente, resolveu romper com as regras do ajuste fiscal neoliberal.

 

 

O mercado e seu porta-voz, a mídia corporativa, reagem energicamente, pré-anunciando o caos econômico, nos próximos meses.

 

 

O equilibrismo orçamentário lulista, como quer o mercado financeiro, na verdade, tem sido possível, porque ele conseguiu folga fiscal suficiente para atravessar 2023, graças ao crédito dado pela vitória sobre o bolsonarismo.

 

 

Nesse embalo, projetou aumento de gastos orçamentários sociais na casa dos 8% a 10% que permitiu ao governo firmar programas sociais distributivos de renda durante esse ano.

 

 

Como está barrada essa possibilidade de continuar elevando gastos, conforme realizou nos últimos 12 meses, dependerá de reformas que retirem dos ricos para dar aos pobres, de modo a aumentar a arrecadação tributária, sem a qual não alcançará o déficit zero, Lula, pragmático, busca alternativas.

 

 

Sabe, perfeitamente, que a reação da burguesia financeira especulativa é a trava que impede a sua estratégia desenvolvimentista com reação conservadora neoliberal aos investimentos que precisa fazer para colocar o PAC em pé.

 

 

Romper com o déficit zero de Fernando Haddad é a saída para salvar o PAC e viabilizar a reeleição.

 

 

 

ÁRABES E CHINESES NA MIRA LULISTA

 

 

Lula busca investimentos externos fora da órbita imperialista dominada pelos Estados Unidos que condiciona a reação conservadora do mercado financeiro à tentativa de fazer o Brasil crescer.

 

 

Os especuladores que, sob neoliberalismo de Paulo Guedes, desistiram da economia real incapaz de garantir retorno ao capital investido na produção, devido à insuficiência de renda disponível para o consumo, graças às reformas neoliberais bolsonaristas, querem o Brasil estacionado.

 

 

Para tanto, freiam a principal empresas estatal, cuja prioridade é esvaziada como indústria, tornando-a, apenas, exportadora de matéria prima.

 

 

Para romper esse cerco, Lula anuncia não só rompimento com Haddad e seu déficit zero, buscará, também, capital externo na Arábia Saudita, como anunciou na entrevista coletiva, na sexta, e tem como horizonte, nesse sentido, estreitar relações com a China, ampliando comércio e investimentos, ao largo da influência do dólar.

 

 

Lula, portanto, está em franca disposição para abrir novas picadas.

 

 

O entendimento prioritário dele, a partir de agora, para empinar o PAC, não é mais com Washington, mas com Pequim e os BRICS.

 

 

Do contrário, será sufocado pelo ajuste fiscal que Haddad negocia com o mercado financeiro, que comanda maioria conservadora no Congresso, sob domínio do Centrão, que não o deixa governar.

 

(*) Por César Fonseca, jornalista, atua no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio, é conselheiro da TVCOMDF e edita o site Independência Sul Americana.



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