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Artigo | Brasília, 63, Capital Educadora, Capital da Esperança

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“Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar aqui a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a Escola Pública”.A frase do educador Anísio Teixeira, eternizada na placa de inauguração da Escola Parque 308, datada de 20 de novembro de 1960, expressa o desejo de fazer de Brasília a grande irradiadora dos mais elevados ideais democráticos, por meio da Educação e de Políticas Públicas de vanguarda, às quais todos, indistintamente, teriam acesso.

 

 

Durante um curto período de tempo após o nascedouro da Nova Capital, fomos o celeiro de ideias e experiências inovadoras e incríveis em todos os domínios do pensamento – com destaque para educação, saúde, assistência social, arquitetura, urbanismo e meio ambiente -, formuladas por grandes brasileiros e brasileiras comprometidos com uma nova forma de viver, mais solidária, mais justa, mais democrática, mais bela, mais feliz, mais saudável, em conexão com a natureza.

 

 

 

Brasília assumiu, então, o papel de Cidade Educadora, privilegiando, formando e promovendo o desenvolvimento social e cultural de seus cidadãos, especialmente dos jovens e das crianças. As cidades são educativas por si, mas elas tornam-se educadoras quando abraçam a intenção consciente de que suas propostas têm consequências em atitudes e convivências e geram novos valores, conhecimentos e habilidades.

 

 

O conceito de Cidade Educadora, que se ajusta perfeitamente ao ideário que norteou a criação de nossa Capital, surgiu em Barcelona, em 1990, e seus princípios foram atualizados e expressos em 2004, na Carta das Cidades Educadoras. Entre os princípios da Carta está o de que todos os habitantes poderão usufruir das oportunidades ofertadas de formação, desenvolvimento, trabalho, saúde e entretenimento, com igualdade e liberdade.

 

 

Essa vocação educadora, inscrita no DNA de Brasília, foi duramente reprimida durante os 20 anos que se sucederam ao golpe militar de 1964. No período de redemocratização, sobretudo após a promulgação da Constituição Cidadã, voltamos a respirar esperança e a mostrar para o Brasil, experiências como o Orçamento Participativo, as Temporadas Populares, o programa Saúde em Casa, a faixa de pedestres.

 

 

Nos anos recentes, passamos, mais uma vez, por graves turbulências, marcadas pela ascensão da extrema-direita e pelo fenômeno das redes sociais e das notícias falsas, as “fake news”, que causaram uma profunda ferida social na população brasileira que resultou no governo da destruição dos últimos anose no 8 de janeiro de 2023, que teve como alvos do ódio dos apoiadores do ex-presidente os três Poderes da República e o Estado Democrático de Direito. Os atos golpistas, materializados na violenta depredação de nosso patrimônio, que também é do mundo, demonstraram o quanto nos desconectamos e nos distanciamos dos princípios que alicerçaram a transferência da Capital para o Planalto Central.

 

 

A eleição do Presidente Lula abre esperançosos horizontes para o Brasil e para Brasília.  Nesse novo tempo, cabe a nós a responsabilidade de resgatar a Capital Educadora do sonho: espaço de acolhimento, respeito, tolerância, participação, conhecimento, saúde, cultura, lazer e felicidade, impulsionada pela máquina que prepara as democracias, a Escola.

 

 

Salve a Educação! Salve Brasília, eternamente Capital da Esperança!

 

 

(*) Por Gabriel Magno, deputado distrital (PT), professor da rede pública de ensino do Distrito Federal.

 

 

21 de abril de 2023

Artigo publicado, originalmente, no Jornal de Brasília nesta sexta-feira (21), aniversário de Brasília-DF.
Acesse: https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/opiniao/brasilia-63-capital-educadora-capital-da-esperanca/

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