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Artigo | A vitória de Lula e o significado de 20 de Novembro

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O povo negro, junto com as mulheres, a população de baixa renda, a juventude e o povo nordestino deu uma forte demonstração de consciência política quando não se deixou comprar por auxílios eleitoreiros nem se enganar com fake news e votou maciçamente em Lula para derrotar o racista, misógino e presidente antipovo Jair Bolsonaro.

 

 

Todos esses componentes que formam a maioria da população brasileira, que se cruzam na mesma condição de pobreza e discriminação racial, social, regional, de idade e de gênero, obtiveram por vias diferentes a consciência de quem é o seu verdadeiro inimigo e de quem é aquele que vai abrir os caminhos para libertar o país do fascismo.

 

 

Por isso, o 20 de Novembro desse ano, pouco depois da épica vitória eleitoral de Lula, o povo negro vai celebrar principalmente a grande força de sua consciência racial contra o inimigo racista, a sua consciência de que é necessário um governo que volte a combater o racismo e o machismo e retomar as políticas de promoção da igualdade racial e de gênero.

 

 

O racismo e o machismo sempre andam juntos e atingem com especial violência a mulher negra, que, como trabalhadora, mãe, avó e chefe de família, representa o principal ponto de apoio da família popular.

 

 

A superação do racismo estrutural, que se reflete no racismo institucional e realimenta o preconceito racial na sociedade, é um processo complexo e de longo prazo, que vai desde a efetiva punição do crime de racismo até na instituição de uma cultura e educação antirracista, como, por exemplo, a da retomada da história da África no currículo escolar. Isso é necessário porque o negro que construiu o país na condição de escravo e de trabalhador explorado está fora da história oficial do Brasil.

 

 

A consciência do voto negro precisa ter continuidade na união do povo negro para respaldar Lula e fazer o seu governo não apenas instituir políticas de promoção da igualdade racial e de gênero, mas também abrir espaços para a participação negra na formulação e execução das demais políticas públicas e caráter democrático e popular.

 

(*) Por Benedita da Silva, deputada federal (PT-RJ)

 

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