O direito ao voto feminino completou 90 anos no dia 24 de fevereiro, mas a mulher brasileira encontra outro desafio atual: garantir o direito de ser votada em condições de igualdade com relação aos homens. Para a ex-presidenta Dilma Rousseff, o aumento de representação feminina em todas as esferas institucionais, seja em cargos Legislativos ou Executivos, permitirá a expansão e concretização de direitos de todos os brasileiros.
Em live realizada na última quinta-feira (24), Dilma, junto com a ex-deputada gaúcha Manuela D’Ávila (PCdoB) e a cientista política e escritora Ana Maria Prestes, debateu a relação das lutas pelos direitos das mulheres com as lutas gerais da sociedade. A conversa também abordou o livro Cem anos da luta das mulheres pelo voto na Argentina, Brasil e Uruguai, organizado por Ana. Para a ex-presidenta, a obra acende o debate sobre a desigualdade representativa nas cadeiras institucionais.
“Estamos na difícil tarefa de assegurar a expansão do direito de ser votada. Foi importante ter uma mulher presidenta da República, mesmo que tenha sofrido impeachment sem crime de responsabilidade. Precisamos ampliar o espaço da mulher em todas as esferas institucionais. Ou seja, precisamos eleger mais deputadas, vereadoras, prefeitas e governadoras. No Brasil, se olharmos a manifestação das mulheres no voto, é sempre mais progressista. Portanto, isso reforça o que eu disse: a nossa luta está vinculada com a luta dos oprimidos desse país”, afirmou Dilma.
Emancipação feminina
Candidata à vice-presidência em 2018, na chapa com Fernando Haddad (PT), Manuela lembra que o então candidato Jair Bolsonaro enfrentou uma grande rejeição do eleitorado feminino. Pesquisas na época mostravam que a cada três eleitores de Bolsonaro, apenas uma é mulher. Para a ex-deputada, o voto da mulher é cada vez mais progressista. Porém, a violência política de gênero é algo consciente dos políticos conservadores para impedir a mudança no voto da sociedade.
“A eleição de 2018 chama a atenção. Naquele ano, as mulheres mais jovens elegeram a nossa chapa. Eu atribuo isso a muitas questões, pois elas sabem que esse tipo de sociedade que Bolsonaro ou Temer apresentam não resolvem os problemas delas. Porque se diminui o papel do Estado, diminui a emancipação da mulher”, disse d’Ávila.
A atual representação feminina no Congresso está longe de equivaler ao peso das mulheres na sociedade. Elas são 52,5% dos eleitores, mas têm apenas 15% das vagas do parlamento brasileiro. No Mapa das Mulheres na Política, organizado pela ONU e a União Interparlamentar (UIP), o Brasil ocupa o 140º lugar no ranking de representação feminina. “Cem anos depois do direito ao voto, só 12% de prefeitas eleitas é muito pouco. Só 15% de todo o parlamento federal é muito pouco. Então, ainda temos muita luta pra fazer”, afirmou Ana Prestes.
100 anos do direito ao voto
O livro organizado por Ana Prestes mostra que há 100 anos, em 1922, o direito das mulheres ao voto e à política provocava um acalorado debate no seio da sociedade brasileira. Entre as mulheres, surgiam lideranças mobilizadas pelas campanhas de direito ao trabalho e em condições dignas, à educação e ao sufrágio. A história do sufragismo brasileiro, por exemplo, é pouco conhecida, tanto no Brasil como no resto do mundo.
Segundo ela, lembrar o centenário é contar esta história, com toda sua força e inevitáveis contradições, e ainda prestar um tributo a lideranças como Bertha Lutz, Leolinda Daltro, Alzira Soriano e Almerinda Gama. “Há uma narrativa de que Getúlio deu o voto para as mulheres, mas houve uma luta para essa conquista. Muito se fala sobre a data de hoje, mas é preciso lembrar que desde o século 19 já havia uma semente, com mulheres assinando jornais e tentando entrar para o mundo da política”, defendeu a cientista política.
Dilma acrescentou que, ao longo dos anos, as mulheres sofreram com o silêncio sobre suas histórias e, ao ler o livro, descobriu que a luta delas está ligada à luta dos demais brasileiros. “Há uma relação entre a luta do abolicionismo e o direito da mulher, pois elas lutaram contra a opressão patriarcal, sem direito a propriedade nem a educação. Sem direito à opinião. As mulheres não tinham acesso à educação. O voto do analfabeto só foi aceito na Constituição de 1988. Então, as mulheres eram muito cerceadas”, observa a ex-presidenta.
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