8 de março: políticas educacionais para combater o machismo
por Berenice Darc (*) – Sinpro-DF em
Muitas vezes, falamos da importância de a escola cumprir seu papel no combate às opressões. Isso se dá pelo questionamento de valores que embasam e retroalimentam a opressão, mas também, por políticas educacionais que favoreçam a construção da igualdade.
Por isso, embora seja fundamental contarmos com professoras e professores engajados nessa tarefa, ela não deve ter apenas uma dimensão individual de atuação, mas sim, ser uma missão de toda a escola, de todo o sistema de educação. Pois então, vejamos quais as políticas educacionais centrais executadas nos últimos 7 anos (desde o golpe de 2016).
Uma aposta destacada dos governos Bolsonaro e Ibaneis, a militarização de escolas públicas tem como principal consequência a homogeneização de pensamento e comportamento. Elimina-se o contraditório e a diversidade em nome de uma suposta “disciplina”. Nas escolas, a realidade tem sido de medo e de intimidação, reprimindo o pensamento crítico e o questionamento da realidade.
Obviamente, esse é um ambiente em que a luta por igualdade não prospera. Mas o problema vai ainda além: houve casos de assédio moral e até sexual registradas desde o início da implementação do projeto. Isso quer dizer que se vende a ideia de que a militarização de escolas públicas trará disciplina e segurança, mas o que vemos, na realidade, são ambientes de repressão e insegurança.
Outra proposta que se fantasia de disciplinadora para gerar um ambiente de intimidação é a Leia da Mordaça. Os setores obscurantistas que defendem proposições dessa natureza exaltam a perseguição de profissionais do Magistério que questionem o machismo, o racismo, a LGBTfobia, o capacitismo. O que eles pretendem é a manutenção do status quo de opressão e de exclusão por meio do silêncio e da perseguição de professores(as).
Por fim, o “novo” ensino médio (NEM) corrobora com a mesma ideia geral. A reforma aprovada em 2017 foi duramente condenada pelo movimento sindical, que entende que ela aprofunda desigualdades históricas em vez de combatê-las. No caso, as desigualdades que se constatam entre escolas públicas e privadas, entre regiões do país… consequentemente, entre homens e mulheres, entre pessoas negras e pessoas brancas. E mais ainda: desestimulando o pensamento crítico, o NEM reforça ainda mais a realidade de opressão, que determina o lugar social das mulheres e o lugar social dos homens, de modo a sempre subordiná-las.
Precisamos aproveitar o novo momento histórico que se abre com a posse de Lula para não apenas derrotar os projetos que invisibilizam, excluam ou subordinem as mulheres, mas também para disputar uma política educacional democrática e libertadora, que contribua para o fim do machismo, do racismo e da LGBTfobia.
(*) Por Berenice Darc, diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
Foto da capa: Mulheres marcham por Terra, Teto, Trabalho e Democracia em Curitiba Marcha reivindica direitos, como acesso à terra para plantar alimentos saudáveis, moradia e vida digna. Foto: Juliana Barbosa/Jornalistas Livres
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