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18º Acampamento Terra Livre reúne mais de 5 mil indígenas em Brasília

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O ATL começou nesta segunda-feira (4) e prossegue até o dia 15/4 (sexta-feira), quando as delegações retornam às suas terras. Este ano, o principal foco da luta dos povos originários é o PL 191, de autoria do governo Bolsonaro, que visa a demolir a legislação vigente para abrir as Terras Indígenas, TI, para o garimpo nacional e estrangeiro e para a internacionalização da Amazônia brasileira

 

18º ATL. Fotos: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes
18º ATL. Guerreiras Kayapós. Todas as fotos desta edição: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes

 

Cerca de 5 mil indígenas estão em Brasília no 18º Acampamento Terra Livre (ATL) que este ano tem como principal foco a votação no Congresso Nacional do Projeto de Lei 191 que pretende abrir para exploração mineral as terras indígenas que são protegidas pela Constituição Federal para usufruto dos povos tradicionais. O evento que a princípio deveria ser de cinco dias passará a ser realizado desta segunda-feira (4/4) até o dia 14, para acompanhar também o desenrolar das articulações do julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 1.017.365, que trata do marco temporal e deverá entrar novamente na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda neste semestre, influenciando nas demarcações de territórios indígenas em todo o Brasil.

 

 

18º ATL. Fotos: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes
18º ATL. Fotos: Cristina Ávila/Cobertura APIB/Jornal Brasil Popular

 

O dia começou com os participantes chegando, ainda montando barracas, se organizando para encarar uma pauta recheada de temas espinhosos, mas que representa luta e profunda reflexão sobre toda complexa situação das diferentes realidades do país como também do arcabouço de propostas jurídicas e políticas nacionais que precisam enfrentar em conjunto para a garantia dos direitos constitucionais de manutenção física e cultural em seus territórios. Os primeiros grupos a fazer apresentações culturais foram os Kayapó, da região do Xingu (MT).

 

Em seguida, por volta das 10h30, a coordenadora geral da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), instituição que promove o evento, Sônia Guajajara, chegou belamente ladeada por um grande grupo de guerreiros do povo Xukuru do Ororubá, de Pernambuco que a conduziu em um ritual de cantos e coreografias religiosas até o local onde ela concedeu entrevista coletiva à imprensa para explicar o que será o ATL até o dia 14.

 

18º ATL. Fotos: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes
18º ATL. Fotos: Cristina Ávila/Cobertura APIB/Jornal Brasil Popular

 

Segundo a programação da Apib, o tema do evento neste ano é “Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política”. A instituição anunciou no mês passado que 2022 está declarado como “último ano do governo Genocida” e o que o “Abril Indígena” será marcado por ações simbólicas que mostrarão a capacidade na luta pelas demarcações territoriais, “de forma que a defesa pela vida contra a agenda de destruições é nossa prioridade”, ressalta em nota pública.

 

 

Com Sônia Guajajara estava na coletiva à imprensa uma das coordenadoras executivas da Apib Eunice Kerexu, Guarani Kaiowá (MS), que falou sobre a necessidade de conservação da biodiversidade do Brasil. Ao seu lado também estava Marquinho Xukuru (PE), representante da Apoime (Associação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo), instituição que também integra a Apib. Ele disse ser Brasília um ambiente hostil para com os indígenas por conta das agressões sofridas especialmente no Congresso Nacional.

 

18º ATL. Fotos: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes
18º ATL. Fotos: Cristina Ávila/Cobertura APIB/Jornal Brasil Popular

 

 

Nos últimos anos, em momentos de manifestações, as ruas da capital também se tornam tensas, devido a ameaças de violências proferidas por aliados do governo federal e de ruralistas que são intolerantes aos direitos dos povos das florestas.

 

 

Sônia Guajajara enfatizou que embora os focos deste APL sejam o PL 191 e o marco temporal, a bandeira de luta é a mesma que já é levantada em todos os acampamentos realizados pelos indígenas em Brasília: a demarcação dos territórios. A prioridade se justifica porque a terra é essencial para os povos originários e porque das 13% de terras indígenas demarcadas no país, 98% estão na Amazônia e apenas 2% nas outras regiões do país.

 

18º ATL. Fotos: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes
18º ATL. Fotos: Cristina Ávila/Cobertura APIB/Jornal Brasil Popular

 

 

A Apib repudia o PL 191 e considera que seja a materialização do ódio contra os indígenas. O projeto que tramita na Câmara dos Deputados, em regime de urgência, regulamenta a exploração de minérios em seus territórios, e antes mesmo de ser votado incentiva as invasões de garimpos que tem sido cada vez mais crescentes no país em áreas dos povos tradicionais.

 

O marco temporal que deve voltar à pauta de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) neste semestre é outra das ameaças graves contra os indígenas, embora tenha recebido votos contrários do relator Edson Fachin na primeira parte do julgamento no ano passado. É defendido por ruralistas que querem fazer valer o argumento de que somente têm direito a terras os povos que as ocupavam ou as disputavam, física ou judicialmente, em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

 

18º ATL. Fotos: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes
18º ATL. Fotos: Cristina Ávila/Cobertura APIB/Jornal Brasil Popular

 

 

 

18º ATL. Fotos: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes
18º ATL. Guerreiras Kayapós. Fotos: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes

 

 

PROGRAMAÇÃO DO ACAMPAMENTO TERRA LIVRE

 

4.4

Apresentação das delegações e recepção pela coordenação executiva da Apib e regionais

 

5.4

10h – Plenária: #Emergência Indígena – Ameaças aos territórios

11h – Plenária: #AlertaCongresso – Impactos do Legislativo e lançamento da carta aberta contra o PL 191/2020 – Frente Parlamentar

14h às 18h – Plenária: #Emergência Indígena – Nossa Luta pela Vida: Impactos no Executivo, demarcação e políticas públicas

 

6.4

8h| Plenária: #AdvocaciaIndígena – Impacto do judiciário na vida dos povos indígenas

10h | Plenária: #IsoladosOuDizimados – Pelas vidas dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato

14h | #ATL18anos | luta e resistência indígena

 

7.4

8h | #LutaPelaVida – O presente e futuro da saúde indígena

14h | Plenária: #LutaPelaVida – Sistemas de produção e economia indígena.

 

8.4

Nossas Vozes Ancestrais Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política.

#IndígenasMulheres

9h30 | Retomando o Brasil: Vozes Diversas das primeiras Brasileiras

11h | Demarcar Territórios: Nossos corpos Territórios no Reflorestamentes

13h30 | Ritual abertura da tarde

14h | Aldear a Política: Nós pelas que nos antecederam, nós por nós e nós pelas que virão

15h30 | Caravana das Originárias

20h | Noite Cine Debate

 

 

9.4

9h | #EmergênciaIndígena – Mobilização nacional dos movimentos

 

10.4

#ATL18anos
– Reuniões de alinhamento das regionais para a 2 semana do ATL

 

 

 

11.4

9h | Plenária: #JuventudeIndígena – O futuro é agora. Plenária da juventude indígena

14h | Plenária: #IndígenasLGBTQIA+ – Diversidade indígena e a nossa força ancestral

 

 

 

12.4

#CampanhaIndígena

 

 

 

13.4

8h | #EducaçaoIndígena – O sistema Nacional de Educaçao e a Educaçao Escolar Indígena

10h | #EducaçaoIndígena – A Lei de Cotas na Educaçao e o Programa Bolsa Permanência

 

 

 

14.4

9h | Plenária #LutaPelaVida | Aliança dos movimentos sociais para fortalecer a luta indígena

14h | Plenária de encerramento ATL 2022

 

 

 

15.4

Retorno das delegações

 

Foto da capa/legenda: Foto da capa/legenda: 18º ATL, em Brasília, Distrito Federal. Na imagem, os Xukuru do Ororubá com Sônia Guajajara. Fotos: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes

 

Todas as fotos: Ana Mendes/Cobertura APIB @anamendes_anamendes

 




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